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From Biblia: Os Quatro Evangelhos e os Salmos
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17 Transfiguração de Jesus (Mc 9,2-10; Lc 9,28-36) – <span style="color:red"><sup>1</sup></span>Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e o seu irmão João, e fê-los subir, a sós, a um alto monte<ref name="ftn189">Depois de anunciar pela primeira vez o seu fim em Jerusalém, Jesus antecipa aos discípulos a ressurreição, pois a morte não é a última palavra. Esta antecipação dá-se num monte, o lugar onde o novo Moisés, que Ele é em Mt, recebe de Deus a revelação definitiva que consuma a do AT. Não admira que as suas vestes refuljam como as de Moisés em Ex 34,29, que a nuvem de Deus venha outra vez como em Ex 40,35, que converse com os grandes representantes da Lei (Moisés) e dos profetas (Elias) como em Dt 18,15. Esta experiência para os discípulos foi traumática, de medo, ao ponto de Jesus ter de intervir. Isto significa que esta experiência de encontro, para os discípulos de bibliagogia (um percurso pela Sagrada Escritura), prolonga-se no tempo, como é próprio da catequese.</ref>. <span style="color:red"><sup>2</sup></span>Transfigurou-se então diante deles: o seu rosto ficou brilhante como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. <span style="color:red"><sup>3</sup></span>E eis que lhes apareceram Moisés e Elias a conversar com Ele. <span style="color:red"><sup>4</sup></span>Em resposta, Pedro disse a Jesus: «Senhor, que bom é nós estarmos aqui! Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias». <span style="color:red"><sup>5</sup></span>Estando Ele ainda a falar, eis que uma nuvem<ref name="ftn190">A nuvem é sinal de teofania: no Sinai (cf. Ex 19,16-18; 1Rs 8,10), na Tenda da reunião (cf. Ex 27,21; 40,34-35; Nm 1,1-54), no templo (1Rs 8,10-12).</ref> luminosa os cobriu de sombra, e eis que da nuvem uma voz disse: «Este é o meu Filho amado, no qual me comprazo: escutai-o!».
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<span style="color:red">Transfiguração de Jesus (Mc 9,2-10; Lc 9,28-36) – </span><span style="color:red"><sup>1</sup></span>Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e o seu irmão João, e fê-los subir, a sós, a um alto monte<ref name="ftn189">Depois de anunciar pela primeira vez o seu fim em Jerusalém, Jesus antecipa aos discípulos a ressurreição, pois a morte não é a última palavra. Esta antecipação dá-se num monte, o lugar onde o novo Moisés, que Ele é em Mt, recebe de Deus a revelação definitiva que consuma a do AT. Não admira que as suas vestes refuljam como as de Moisés em Ex 34,29, que a nuvem de Deus venha outra vez como em Ex 40,35, que converse com os grandes representantes da Lei (Moisés) e dos profetas (Elias) como em Dt 18,15. Esta experiência para os discípulos foi traumática, de medo, ao ponto de Jesus ter de intervir. Isto significa que esta experiência de encontro, para os discípulos de bibliagogia (um percurso pela Sagrada Escritura), prolonga-se no tempo, como é próprio da catequese.</ref>. <span style="color:red"><sup>2</sup></span>Transfigurou-se então diante deles: o seu rosto ficou brilhante como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. <span style="color:red"><sup>3</sup></span>E eis que lhes apareceram Moisés e Elias a conversar com Ele. <span style="color:red"><sup>4</sup></span>Em resposta, Pedro disse a Jesus: «Senhor, que bom é nós estarmos aqui! Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias». <span style="color:red"><sup>5</sup></span>Estando Ele ainda a falar, eis que uma nuvem<ref name="ftn190">A nuvem é sinal de teofania: no Sinai (cf. Ex 19,16-18; 1Rs 8,10), na Tenda da reunião (cf. Ex 27,21; 40,34-35; Nm 1,1-54), no templo (1Rs 8,10-12).</ref> luminosa os cobriu de sombra, e eis que da nuvem uma voz disse: «Este é o meu Filho amado, no qual me comprazo: escutai-o!».
  
 
<span style="color:red"><sup>6</sup></span>Ao ouvir isto, os discípulos caíram de rosto por terra e ficaram cheios de medo. <span style="color:red"><sup>7</sup></span>Mas Jesus aproximou-se e, tocando-lhes, disse: «Erguei-vos e não tenhais medo!». <span style="color:red"><sup>8</sup></span>Ao levantarem os olhos<ref name="ftn191">Lit.: ''os olhos deles''.</ref>, não viram ninguém, apenas Jesus sozinho. <span style="color:red"><sup>9</sup></span>E, enquanto eles desciam do monte, Jesus ordenou-lhes, dizendo: «Não faleis a ninguém desta visão, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos».  
 
<span style="color:red"><sup>6</sup></span>Ao ouvir isto, os discípulos caíram de rosto por terra e ficaram cheios de medo. <span style="color:red"><sup>7</sup></span>Mas Jesus aproximou-se e, tocando-lhes, disse: «Erguei-vos e não tenhais medo!». <span style="color:red"><sup>8</sup></span>Ao levantarem os olhos<ref name="ftn191">Lit.: ''os olhos deles''.</ref>, não viram ninguém, apenas Jesus sozinho. <span style="color:red"><sup>9</sup></span>E, enquanto eles desciam do monte, Jesus ordenou-lhes, dizendo: «Não faleis a ninguém desta visão, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos».  
  
  
O regresso de Elias (Mc 9,11-13) – <span style="color:red"><sup>10</sup></span>Interrogaram-no os discípulos, dizendo: «Porque dizem, então, os doutores da lei que é necessário que Elias venha primeiro?».<span style="color:red"><sup>11</sup></span>Ele, respondendo, disse: «Elias, de facto, vem e há de restaurar todas as coisas. <span style="color:red"><sup>12</sup></span>Digo-vos, porém, que Elias já veio e não o reconheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem está prestes a sofrer às suas mãos». <span style="color:red"><sup>13</sup></span>Então os discípulos entenderam que lhes tinha falado de João Batista.
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<span style="color:red">O regresso de Elias (Mc 9,11-13) – </span><span style="color:red"><sup>10</sup></span>Interrogaram-no os discípulos, dizendo: «Porque dizem, então, os doutores da lei que é necessário que Elias venha primeiro?».<span style="color:red"><sup>11</sup></span>Ele, respondendo, disse: «Elias, de facto, vem e há de restaurar todas as coisas. <span style="color:red"><sup>12</sup></span>Digo-vos, porém, que Elias já veio e não o reconheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem está prestes a sofrer às suas mãos». <span style="color:red"><sup>13</sup></span>Então os discípulos entenderam que lhes tinha falado de João Batista.
  
  
Cura de um jovem endemoniado (Mc 9,14-29; Lc 9,37-42) – <span style="color:red"><sup>14</sup></span>Ao irem ter com a multidão, veio ter com Ele um homem que caiu de joelhos diante dele, <span style="color:red"><sup>15</sup></span>dizendo: «Senhor, tem misericórdia do meu filho, porque é demente<ref name="ftn192">Lit.: ''lunático''. Denominação de um epilético, por se pensar que a doença era influenciada pela lua.</ref> e sofre de um modo terrível. Pois muitas vezes cai no fogo e muitas vezes na água. <span style="color:red"><sup>16</sup></span>Trouxe-o aos teus discípulos, mas não conseguiram curá-lo». <span style="color:red"><sup>17</sup></span>Em resposta, Jesus disse: «Ó geração descrente e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos hei de suportar? Trazei-mo aqui». <span style="color:red"><sup>18</sup></span>Jesus repreendeu-o severamente; o demónio saiu dele, e o menino ficou curado a partir daquela hora. <span style="color:red"><sup>19</sup></span>Então os discípulos, indo ter com Jesus, disseram-lhe a sós: «Por que razão não conseguimos nós expulsá-lo?». <span style="color:red"><sup>20</sup></span>Ele disse-lhes: «Por causa da vossa pouca fé. Amen vos digo: se tiverdes fé do tamanho dum grão de mostarda<ref name="ftn193">Lit. ''como um grão de mostarda''.</ref>, direis a este monte: "Vai daqui para ali", e ele irá. Nada vos será impossível». (<span style="color:red"><sup>21</sup></span>)<ref name="ftn194">Este v. está ausente nos principais mss.; alguns leem: ''esta raça não se vai embora senão pela oração e pelo jejum'', uma clara influência de Mc 9,29.</ref>
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<span style="color:red">Cura de um jovem endemoniado (Mc 9,14-29; Lc 9,37-42) – </span><span style="color:red"><sup>14</sup></span>Ao irem ter com a multidão, veio ter com Ele um homem que caiu de joelhos diante dele, <span style="color:red"><sup>15</sup></span>dizendo: «Senhor, tem misericórdia do meu filho, porque é demente<ref name="ftn192">Lit.: ''lunático''. Denominação de um epilético, por se pensar que a doença era influenciada pela lua.</ref> e sofre de um modo terrível. Pois muitas vezes cai no fogo e muitas vezes na água. <span style="color:red"><sup>16</sup></span>Trouxe-o aos teus discípulos, mas não conseguiram curá-lo». <span style="color:red"><sup>17</sup></span>Em resposta, Jesus disse: «Ó geração descrente e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos hei de suportar? Trazei-mo aqui». <span style="color:red"><sup>18</sup></span>Jesus repreendeu-o severamente; o demónio saiu dele, e o menino ficou curado a partir daquela hora. <span style="color:red"><sup>19</sup></span>Então os discípulos, indo ter com Jesus, disseram-lhe a sós: «Por que razão não conseguimos nós expulsá-lo?». <span style="color:red"><sup>20</sup></span>Ele disse-lhes: «Por causa da vossa pouca fé. Amen vos digo: se tiverdes fé do tamanho dum grão de mostarda<ref name="ftn193">Lit. ''como um grão de mostarda''.</ref>, direis a este monte: "Vai daqui para ali", e ele irá. Nada vos será impossível». (<span style="color:red"><sup>21</sup></span>)<ref name="ftn194">Este v. está ausente nos principais mss.; alguns leem: ''esta raça não se vai embora senão pela oração e pelo jejum'', uma clara influência de Mc 9,29.</ref>
  
  
Segundo anúncio da paixão e ressurreição (Mc 9,30-32; Lc 9,43b-45) – <span style="color:red"><sup>22</sup></span>Encontrando-se eles reunidos na Galileia, disse-lhes Jesus: «O Filho do Homem está prestes a ser entregue nas mãos dos homens; <span style="color:red"><sup>23</sup></span>matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará». E eles ficaram profundamente entristecidos.
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<span style="color:red">Segundo anúncio da paixão e ressurreição (Mc 9,30-32; Lc 9,43b-45) – </span><span style="color:red"><sup>22</sup></span>Encontrando-se eles reunidos na Galileia, disse-lhes Jesus: «O Filho do Homem está prestes a ser entregue nas mãos dos homens; <span style="color:red"><sup>23</sup></span>matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará». E eles ficaram profundamente entristecidos.
  
  
O imposto do templo – <span style="color:red"><sup>24</sup></span>Quando eles chegaram a Cafarnaum, os que recebiam os impostos<ref name="ftn195">Lit.: ''as didracmas'' (unidade monetária do mundo antigo). Estas duas dracmas (c. meio ciclo, c. 6 a 7 gramas de prata) constituíam um imposto ou contributo para o culto do templo. Deveriam ser pagas por todos os judeus a partir dos vinte anos, habitassem ou não a terra de Canaã. Assim se compreende a presença de cambistas e de mercadores no templo (cf. 21,12; Jo 2,15).</ref> do templo foram ter com Pedro e disseram: «O vosso Mestre não paga o imposto do templo?». <span style="color:red"><sup>25</sup></span>Ele disse: «Sim». Ao chegar a casa, Jesus antecipou-se-lhe, dizendo: «Que te parece, Simão? De quem é que os reis da terra recebem impostos ou contribuições<ref name="ftn196">Lit. ''censo'' (latinismo).</ref>? Dos seus filhos ou dos estrangeiros?». <span style="color:red"><sup>26</sup></span>Tendo ele dito: «Dos estrangeiros», disse-lhe Jesus: «Portanto, os filhos estão isentos. <span style="color:red"><sup>27</sup></span>Mas, para que não sejamos para eles motivo de escândalo, vai ao mar, lança o anzol e apanha o primeiro peixe que vier; ao abrir-lhe a boca, encontrarás uma moeda<ref name="ftn197">Lit.: ''estáter'', moeda grega usada em diversas regiões da Grécia, ou o seu equivalente na moeda local.</ref>. Toma-a e dá-lhes por mim e por ti».
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<span style="color:red">O imposto do templo – </span><span style="color:red"><sup>24</sup></span>Quando eles chegaram a Cafarnaum, os que recebiam os impostos<ref name="ftn195">Lit.: ''as didracmas'' (unidade monetária do mundo antigo). Estas duas dracmas (c. meio ciclo, c. 6 a 7 gramas de prata) constituíam um imposto ou contributo para o culto do templo. Deveriam ser pagas por todos os judeus a partir dos vinte anos, habitassem ou não a terra de Canaã. Assim se compreende a presença de cambistas e de mercadores no templo (cf. 21,12; Jo 2,15).</ref> do templo foram ter com Pedro e disseram: «O vosso Mestre não paga o imposto do templo?». <span style="color:red"><sup>25</sup></span>Ele disse: «Sim». Ao chegar a casa, Jesus antecipou-se-lhe, dizendo: «Que te parece, Simão? De quem é que os reis da terra recebem impostos ou contribuições<ref name="ftn196">Lit. ''censo'' (latinismo).</ref>? Dos seus filhos ou dos estrangeiros?». <span style="color:red"><sup>26</sup></span>Tendo ele dito: «Dos estrangeiros», disse-lhe Jesus: «Portanto, os filhos estão isentos. <span style="color:red"><sup>27</sup></span>Mas, para que não sejamos para eles motivo de escândalo, vai ao mar, lança o anzol e apanha o primeiro peixe que vier; ao abrir-lhe a boca, encontrarás uma moeda<ref name="ftn197">Lit.: ''estáter'', moeda grega usada em diversas regiões da Grécia, ou o seu equivalente na moeda local.</ref>. Toma-a e dá-lhes por mim e por ti».
  
  

Latest revision as of 17:46, 20 December 2019

Transfiguração de Jesus (Mc 9,2-10; Lc 9,28-36) – 1Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e o seu irmão João, e fê-los subir, a sós, a um alto monte[1]. 2Transfigurou-se então diante deles: o seu rosto ficou brilhante como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. 3E eis que lhes apareceram Moisés e Elias a conversar com Ele. 4Em resposta, Pedro disse a Jesus: «Senhor, que bom é nós estarmos aqui! Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias». 5Estando Ele ainda a falar, eis que uma nuvem[2] luminosa os cobriu de sombra, e eis que da nuvem uma voz disse: «Este é o meu Filho amado, no qual me comprazo: escutai-o!».

6Ao ouvir isto, os discípulos caíram de rosto por terra e ficaram cheios de medo. 7Mas Jesus aproximou-se e, tocando-lhes, disse: «Erguei-vos e não tenhais medo!». 8Ao levantarem os olhos[3], não viram ninguém, apenas Jesus sozinho. 9E, enquanto eles desciam do monte, Jesus ordenou-lhes, dizendo: «Não faleis a ninguém desta visão, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos».


O regresso de Elias (Mc 9,11-13) – 10Interrogaram-no os discípulos, dizendo: «Porque dizem, então, os doutores da lei que é necessário que Elias venha primeiro?».11Ele, respondendo, disse: «Elias, de facto, vem e há de restaurar todas as coisas. 12Digo-vos, porém, que Elias já veio e não o reconheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem está prestes a sofrer às suas mãos». 13Então os discípulos entenderam que lhes tinha falado de João Batista.


Cura de um jovem endemoniado (Mc 9,14-29; Lc 9,37-42) – 14Ao irem ter com a multidão, veio ter com Ele um homem que caiu de joelhos diante dele, 15dizendo: «Senhor, tem misericórdia do meu filho, porque é demente[4] e sofre de um modo terrível. Pois muitas vezes cai no fogo e muitas vezes na água. 16Trouxe-o aos teus discípulos, mas não conseguiram curá-lo». 17Em resposta, Jesus disse: «Ó geração descrente e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos hei de suportar? Trazei-mo aqui». 18Jesus repreendeu-o severamente; o demónio saiu dele, e o menino ficou curado a partir daquela hora. 19Então os discípulos, indo ter com Jesus, disseram-lhe a sós: «Por que razão não conseguimos nós expulsá-lo?». 20Ele disse-lhes: «Por causa da vossa pouca fé. Amen vos digo: se tiverdes fé do tamanho dum grão de mostarda[5], direis a este monte: "Vai daqui para ali", e ele irá. Nada vos será impossível». (21)[6]


Segundo anúncio da paixão e ressurreição (Mc 9,30-32; Lc 9,43b-45) – 22Encontrando-se eles reunidos na Galileia, disse-lhes Jesus: «O Filho do Homem está prestes a ser entregue nas mãos dos homens; 23matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará». E eles ficaram profundamente entristecidos.


O imposto do templo – 24Quando eles chegaram a Cafarnaum, os que recebiam os impostos[7] do templo foram ter com Pedro e disseram: «O vosso Mestre não paga o imposto do templo?». 25Ele disse: «Sim». Ao chegar a casa, Jesus antecipou-se-lhe, dizendo: «Que te parece, Simão? De quem é que os reis da terra recebem impostos ou contribuições[8]? Dos seus filhos ou dos estrangeiros?». 26Tendo ele dito: «Dos estrangeiros», disse-lhe Jesus: «Portanto, os filhos estão isentos. 27Mas, para que não sejamos para eles motivo de escândalo, vai ao mar, lança o anzol e apanha o primeiro peixe que vier; ao abrir-lhe a boca, encontrarás uma moeda[9]. Toma-a e dá-lhes por mim e por ti».



  1. Depois de anunciar pela primeira vez o seu fim em Jerusalém, Jesus antecipa aos discípulos a ressurreição, pois a morte não é a última palavra. Esta antecipação dá-se num monte, o lugar onde o novo Moisés, que Ele é em Mt, recebe de Deus a revelação definitiva que consuma a do AT. Não admira que as suas vestes refuljam como as de Moisés em Ex 34,29, que a nuvem de Deus venha outra vez como em Ex 40,35, que converse com os grandes representantes da Lei (Moisés) e dos profetas (Elias) como em Dt 18,15. Esta experiência para os discípulos foi traumática, de medo, ao ponto de Jesus ter de intervir. Isto significa que esta experiência de encontro, para os discípulos de bibliagogia (um percurso pela Sagrada Escritura), prolonga-se no tempo, como é próprio da catequese.
  2. A nuvem é sinal de teofania: no Sinai (cf. Ex 19,16-18; 1Rs 8,10), na Tenda da reunião (cf. Ex 27,21; 40,34-35; Nm 1,1-54), no templo (1Rs 8,10-12).
  3. Lit.: os olhos deles.
  4. Lit.: lunático. Denominação de um epilético, por se pensar que a doença era influenciada pela lua.
  5. Lit. como um grão de mostarda.
  6. Este v. está ausente nos principais mss.; alguns leem: esta raça não se vai embora senão pela oração e pelo jejum, uma clara influência de Mc 9,29.
  7. Lit.: as didracmas (unidade monetária do mundo antigo). Estas duas dracmas (c. meio ciclo, c. 6 a 7 gramas de prata) constituíam um imposto ou contributo para o culto do templo. Deveriam ser pagas por todos os judeus a partir dos vinte anos, habitassem ou não a terra de Canaã. Assim se compreende a presença de cambistas e de mercadores no templo (cf. 21,12; Jo 2,15).
  8. Lit. censo (latinismo).
  9. Lit.: estáter, moeda grega usada em diversas regiões da Grécia, ou o seu equivalente na moeda local.



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