Mt 7

From Biblia: Os Quatro Evangelhos e os Salmos
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Não julgueis (Mc 4,24s; Lc 6,37s.41s) – 1«Não julgueis, para não serdes julgados. 2Pois com o juízo com que julgardes sereis julgados e com a medida com que medirdes sereis medidos[1]. 3Porque vês o cisco que está no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu olho? 4Ou como dirás ao teu irmão: "Deixa que tire o cisco do teu olho", se tens uma trave no teu olho? 5Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então verás com clareza para tirar o cisco do olho do teu irmão».


Pérolas a porcos – 6«Não deis o que é santo aos cães[2], nem lanceis as vossas pérolas aos porcos, não aconteça que eles as espezinhem com as suas patas e, voltando-se, vos destrocem».


Confiança na oração (Lc 11,9-13) – 7«Pedi e ser-vos-á dado, procurai e encontrareis, batei e abrir-se-vos-á; 8pois todo o que pede recebe, o que procura encontra, e ao que bate abrir-se-á. 9Ou haverá um homem entre vós a quem o seu filho peça um pão, e lhe dê uma pedra? 10Ou que lhe peça um peixe, e lhe dê uma serpente? 11Ora se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está nos céus dará coisas boas àqueles que lhe pedem!».


A regra de ouro (Lc 6,31) – 12«Portanto, tudo quanto quiserdes que os homens vos façam, assim fazei também vós a eles; pois esta é a Lei e os Profetas»[3].


A porta estreita (Lc 13,24) – 13«Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela[4]. 14Como é estreita a porta e apertado o caminho que conduz à vida, e como são poucos os que a encontram!».


A árvore boa (Lc 6,43s.46.13,25-27) – 15«Tende cuidado com os falsos profetas[5], que vêm ter convosco com pele de ovelha[6], mas, por dentro, são lobos vorazes! 16Pelos seus frutos os reconhecereis. Porventura apanham-se uvas dos espinhos ou figos dos cardos? 17Assim, toda a árvore boa dá bons frutos, enquanto a árvore que não presta dá frutos maus. 18Uma árvore boa não pode dar frutos maus, nem uma árvore que não presta dar bons frutos. 19Toda a árvore que não der bons frutos corta-se e deita-se ao fogo. 20Portanto, pelos seus frutos os reconhecereis. 21Nem todo aquele que me diz: "Senhor, Senhor", entrará no reino dos céus, mas o que faz a vontade do meu Pai que está nos céus. 22Muitos me dirão naquele dia: "Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizámos? Não foi em teu nome que expulsámos demónios? Não foi em teu nome que fizemos numerosas ações poderosas?". 23Confessar-lhes-ei então: "Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade!"».


A casa sobre a rocha (Lc 6,46-49) – 24«Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será semelhante a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos e abateram-se sobre aquela casa; mas não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. 26Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, será semelhante a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. 27Caiu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos e lançaram-se contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua queda».

Reação ao discurso de Jesus – 28Aconteceu então que, quando Jesus acabou de dizer estas palavras[7], as multidões estavam perplexas com o seu ensinamento, 29pois ensinava-os como quem tem autoridade e não como os seus doutores da lei.



  1. cf. mSota 1,7-9.
  2. O que é santo é para estar próximo do Deus Santo: da mesma maneira as oferendas consagradas a Deus (cf. Ex 29,33s; Lv 2,3). A Escritura considera os cães animais repugnantes e impuros (cf. Sl 22,17.21; Pr 26,11).
  3. Esta é a chamada regra de ouro: cf. Dt 15,13; Tb 4,16; Sir 31,15; bShab 31. Nela se resume toda a interpretação bíblica (Lei e Profetas), iniciada por Jesus em Mt 5,21. É, de resto, semelhante ao mandamento do amor – Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18)visto por Ele também como parte da síntese da Lei (Mt 22,39par).
  4. A oferta dos dois caminhos, como desafio feito à liberdade, retoma Dt 28; 30,10-18; cf. Barn 18,1; 1QS 3,18-25.
  5. Os falsos profetas recordam os do AT (cf. Jr 14,1-15,4; Lm 2,14; Ez 13,2s; Zc 13,2.4-6). Dos critérios de discernimento entre verdadeiros e falsos profetas fala-se já em Dt 13,2-6; Jr 23,9-13; Mq 3,5.
  6. Lit.: com vestes de ovelhas.
  7. Esta é uma fórmula estereotipada com a qual Mt marca uma nova secção na sua narrativa evangélica, repetida em 11.1; 13,53; 19,1; 26,1.



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