Lc 4: Difference between revisions
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<span style="color:red">Tentações de Jesus (Mt 4,1-11; Mc 1,12s) – </span><span style="color:red"><sup>1</sup></span>Jesus, cheio do Espírito Santo<ref name="ftn80">É evidente a dupla referência ao Espírito recebido no batismo. Com ele, Jesus vai vencer as tentações e dar início à sua missão (4,14.18).</ref>, voltou do Jordão e era conduzido no Espírito pelo deserto, <span style="color:red"><sup>2</sup></span>sendo tentado pelo Diabo durante quarenta dias<ref name="ftn81">Lc une Mc 1,13 (tentação durante os quarenta dias) com Mt 4,2 (três tentações ao fim de quarenta dias). O número quarenta designa, na Escritura, uma geração (1Sm 13,1), o tempo que Moisés passou na montanha (Ex 24,18), a caminhada de Elias (1Rs 19,8) e o tempo que Israel vagueou pelo deserto, antes de entrar na Terra Prometida (Js 5,6).</ref>. Não comeu nada nesses dias e, quando eles terminaram, sentiu fome. <span style="color:red"><sup>3</sup></span>Disse-lhe o Diabo<ref name="ftn82">O nome ''Diabo'' (do grego ''diábolos: aquele que divide'') é o mais frequente para designar o inimigo de Deus e do seu reino. O tentador retoma a palavra divina, pronunciada aquando do batismo (3,22: ''Tu és o meu filho amado''...), pondo em relação a tentação com a teofania batismal.</ref>: «Se és Filho de Deus, diz a esta pedra que se torne pão». <span style="color:red"><sup>4</sup></span>Respondeu-lhe Jesus: «Está escrito: ''nem só de pão viverá o homem''»<ref name="ftn83">Dt 8,3 e Mt 4,4.</ref>. | |||
<span style="color:red"><sup>5</sup></span>Então, elevando-o, o Diabo mostrou-lhe, num instante, todos os reinos do mundo habitado. <span style="color:red"><sup>6</sup></span>Disse-lhe o Diabo: «Dar-te-ei todo este poderio e a glória deles, porque me foi entregue e o dou a quem eu quiser. <span style="color:red"><sup>7</sup></span>Se tu me adorares<ref name="ftn84">Lit.: ''se te ajoelhares diante de mim''.</ref>, tudo será teu». <span style="color:red"><sup>8</sup></span>Respondendo, Jesus disse-lhe: «Está escrito: ''o Senhor, teu Deus, adorarás e ''só'' a Ele prestarás culto''»<ref name="ftn85">A prostração e a adoração remetem para a submissão total. Contudo, segundo Dt 6,13, aqui citado, só a Deus se deve adorar e servir; ''adorar'' é o mesmo verbo ''ajoelhar'' do v. 7 (''proskynéō''), estando Satanás a tentá-lo e a tentar que Jesus o reconheça como Deus.</ref>. | |||
<span style="color:red"><sup>9</sup></span>Conduziu-o, então, a Jerusalém, colocou-o sobre o pináculo do templo e disse-lhe: «Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, <span style="color:red"><sup>10</sup></span>pois está escrito: | |||
''aos seus anjos dará ordens a teu respeito '' | |||
''para que te guardem'' | |||
<span style="color:red"><sup>11</sup></span>e ainda: ''nas mãos te levarão, '' | |||
''não aconteça que tropece numa pedra o teu pé''». | |||
<span style="color:red"><sup>12</sup></span>Em resposta, Jesus disse-lhe: «Está dito: ''Não tentarás o Senhor teu Deus''»<ref name="ftn86">Sl 91,11-12.</ref>. | |||
<span style="color:red"><sup>13</sup></span>Tendo terminado toda a tentação, o Diabo afastou-se dele até certo tempo<ref name="ftn87">Esta é a primeira vitória de Jesus sobre o Diabo. Outras vão acontecer em 4,41; 6,18; 7,21; 8,2; 10,17-18. A última será em 22,3.53, já no cenário da paixão. A primeira vitória é sinal da última.</ref>. | |||
<center><span style="color:red">'''III'''</span></center> | |||
<center><span style="color:red">'''Jesus inicia a sua pregação na Galileia'''</span></center> | |||
<center><span style="color:red">(4,14-9,50)</span></center> | |||
<span style="color:red">Jesus começa a ensinar (Mt 4,12.17; Mc 1,14s) – </span><span style="color:red"><sup>14</sup></span>Jesus voltou no poder do Espírito para a Galileia, e a sua fama espalhou-se por todos os arredores. <span style="color:red"><sup>15</sup></span>E Ele ensinava nas suas sinagogas, sendo glorificado por todos. | |||
<span style="color:red">Jesus na sinagoga de Nazaré: missão e rejeição (Mt 13,53-58; Mc 6,1-6) – </span><span style="color:red"><sup>16</sup></span>Foi a Nazaré, onde fora criado, e, segundo o seu costume, entrou em dia de Sábado na sinagoga e levantou-se para ler. <span style="color:red"><sup>17</sup></span>Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando-o, encontrou a passagem onde estava escrito: | |||
<span style="color:red"><sup>18</sup></span>''O Espírito do Senhor está sobre mim,'' | |||
''porque me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres,'' | |||
''enviou-me a proclamar aos '' | |||
''prisioneiros a libertação'' | |||
''e aos cegos a recuperação da vista,'' | |||
''a mandar em liberdade '' | |||
''os oprimidos,'' | |||
<span style="color:red"><sup>19</sup></span>''a proclamar um ano favorável do Senhor ''<ref name="ftn88">Lc conjuga, nestes dois vv., a citação de Is 61,1-2a e 42,7, cortando intencionalmente a parte final: ''o dia da vingança da parte do nosso Deus'' (Is 61 2b). O ''ano da graça'' ou ''ano favorável'' é o ano jubilar, celebrado em Israel de cinquenta em cinquenta anos (Lv 25,8-17).</ref>''.'' | |||
<span style="color:red"><sup>20</sup></span>Depois de enrolar o livro e de o devolver ao ajudante, sentou-se. Os olhos de todos na sinagoga estavam fixos nele. <span style="color:red"><sup>21</sup></span>Começou, então, a dizer-lhes: «Hoje<ref name="ftn89">É Lc quem mais destaca a atualidade da salvação (2,11; 5,26; 13,32; 19,9; 23,43).</ref> aos vossos ouvidos cumpriu-se esta escritura». | |||
<span style="color:red"><sup>22</sup></span>E todos davam testemunho acerca dele, admiravam-se com as palavras de graça que saíam da sua boca e diziam: «Não é este o filho de José?». <span style="color:red"><sup>23</sup></span>Disse-lhes, então: «Certamente me direis este provérbio<ref name="ftn90">Em grego ''parabolḗ.''</ref>: "Médico, cura-te a ti mesmo". O que ouvimos dizer que aconteceu em Cafarnaum, fá-lo também aqui na tua terra natal»<ref name="ftn91">Apesar de não ter nascido lá, Nazaré é vista como a terra de origem de Jesus, pois foi aí que ele cresceu. Com base no passado, Jesus prevê a rejeição futura do seu povo.</ref>. <span style="color:red"><sup>24</sup></span>E disse: «Amen vos digo: nenhum profeta é aceite<ref name="ftn92">''Dektós'', o mesmo termo do v. 19 (traduzido por ''favorável'').</ref> na sua terra natal. <span style="color:red"><sup>25</sup></span>Mas em verdade vos digo: havia muitas viúvas em Israel nos dias de Elias<ref name="ftn93">Cf. 1Rs 17,1-24; 18,1; Tg 5,17.</ref>, quando o céu se fechou por três anos e seis meses, e houve uma grande fome em toda a terra. <span style="color:red"><sup>26</sup></span>E a nenhuma delas foi mandado Elias, a não ser a Sarepta de Sídon, a uma mulher viúva. <span style="color:red"><sup>27</sup></span>Havia muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu<ref name="ftn94">Cf. 2Rs 5,1-15.</ref>, e nenhum deles foi purificado, a não ser Naamã, o sírio». | |||
<span style="color:red"><sup>28</sup></span>Todos se encheram de ira na sinagoga ao ouvir isto <span style="color:red"><sup>29</sup></span>e, levantando-se, expulsaram-no para fora da cidade. Levaram-no até ao cimo do monte em que a cidade estava edificada para lançá-lo dali abaixo. <span style="color:red"><sup>30</sup></span>Mas Ele, passando pelo meio deles, seguiu adiante<ref name="ftn95">Ninguém pode deter o caminho de Jesus, que só terminará em Jerusalém (13,33).</ref>. | |||
<span style="color:red">Na sinagoga de Cafarnaum. Cura de um endemoniado (Mc 1,21-28) – </span><span style="color:red"><sup>31</sup></span>Desceu para Cafarnaum, cidade da Galileia, e ensinava-os ao sábado. <span style="color:red"><sup>32</sup></span>Estavam perplexos com o seu ensinamento, porque a sua palavra tinha autoridade<ref name="ftn96">Lit.: ''e na autoridade a sua palavra existia. ''Lc mostra a autoridade de Jesus, mediante os ensinamentos (v. 32) e exorcismos (v. 36).</ref>. | |||
<span style="color:red"><sup>33</sup></span>Ora, na sinagoga estava um homem que tinha um espírito de demónio impuro e gritou com voz forte: <span style="color:red"><sup>34</sup></span>«Ah! Que há entre nós e ti, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Sei quem Tu és: O santo de Deus». <span style="color:red"><sup>35</sup></span>Jesus repreendeu-o severamente, dizendo: «Cala-te e sai dele». E o demónio, atirando-o para o meio, saiu dele sem lhe fazer mal algum. | |||
<span style="color:red"><sup>36</sup></span>Surgiu em todos o espanto e conversavam uns com os outros, dizendo: «Que palavra é esta que, com autoridade e poder, dá ordens aos espíritos impuros e eles saem?». <span style="color:red"><sup>37</sup></span>E a sua fama divulgava-se por todos os lugares dos arredores. | |||
<span style="color:red">Cura da sogra de Pedro (Mt 8,14s; Mc 1,29-31) – </span><span style="color:red"><sup>38</sup></span>Tendo deixado a sinagoga, entrou na casa de Simão. Ora, a sogra de Simão<ref name="ftn97">É a primeira referência a Simão, que seguirá Jesus a partir de 5,1-11.</ref> estava tomada por uma grande febre, e intercederam por ela junto dele<ref name="ftn98">Lit.: ''pediram-lhe por ela''.</ref>. <span style="color:red"><sup>39</sup></span>Debruçando-se sobre ela, repreendeu severamente a febre, e esta deixou-a. Ela, levantando-se imediatamente, começou a servi-los. | |||
<span style="color:red">Curas e exorcismos (Mt 8,16; Mc 1,32-34) – </span><span style="color:red"><sup>40</sup></span>Quando se pôs o sol, todos os que tinham enfermos de várias doenças conduziam-nos a Ele; e Ele, impondo as mãos a cada um deles, curava-os. <span style="color:red"><sup>41</sup></span>E também de muitos saíam demónios, que gritavam e diziam: «Tu és o filho de Deus». Repreendendo-os severamente, não lhes permitia que falassem, porque sabiam que Ele era o Cristo. | |||
<span style="color:red">Jesus sai para um lugar deserto (Mc 1,35-39) – </span><span style="color:red"><sup>42</sup></span>Quando se fez dia, saindo, foi para um lugar deserto. As multidões procuravam-no; foram até Ele e tentavam retê-lo para que não se afastasse deles. <span style="color:red"><sup>43</sup></span>Mas Ele disse-lhes: «É necessário que eu anuncie a boa nova do reino de Deus também às outras cidades, porque para isso fui enviado». <span style="color:red"><sup>44</sup></span>E ia proclamando nas sinagogas da Judeia<ref name="ftn99">Judeia. Alguns mss. e também Mc 1,39 usam a palavra ''Galileia''. Sendo o país dos judeus genericamente conhecido como Judeia, Lc usa esta terminologia no sentido de ''país'' e não de ''região''.</ref>. | |||
Latest revision as of 19:33, 23 December 2019
Tentações de Jesus (Mt 4,1-11; Mc 1,12s) – 1Jesus, cheio do Espírito Santo[1], voltou do Jordão e era conduzido no Espírito pelo deserto, 2sendo tentado pelo Diabo durante quarenta dias[2]. Não comeu nada nesses dias e, quando eles terminaram, sentiu fome. 3Disse-lhe o Diabo[3]: «Se és Filho de Deus, diz a esta pedra que se torne pão». 4Respondeu-lhe Jesus: «Está escrito: nem só de pão viverá o homem»[4].
5Então, elevando-o, o Diabo mostrou-lhe, num instante, todos os reinos do mundo habitado. 6Disse-lhe o Diabo: «Dar-te-ei todo este poderio e a glória deles, porque me foi entregue e o dou a quem eu quiser. 7Se tu me adorares[5], tudo será teu». 8Respondendo, Jesus disse-lhe: «Está escrito: o Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele prestarás culto»[6].
9Conduziu-o, então, a Jerusalém, colocou-o sobre o pináculo do templo e disse-lhe: «Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, 10pois está escrito:
aos seus anjos dará ordens a teu respeito
para que te guardem
11e ainda: nas mãos te levarão,
não aconteça que tropece numa pedra o teu pé».
12Em resposta, Jesus disse-lhe: «Está dito: Não tentarás o Senhor teu Deus»[7].
13Tendo terminado toda a tentação, o Diabo afastou-se dele até certo tempo[8].
Jesus começa a ensinar (Mt 4,12.17; Mc 1,14s) – 14Jesus voltou no poder do Espírito para a Galileia, e a sua fama espalhou-se por todos os arredores. 15E Ele ensinava nas suas sinagogas, sendo glorificado por todos.
Jesus na sinagoga de Nazaré: missão e rejeição (Mt 13,53-58; Mc 6,1-6) – 16Foi a Nazaré, onde fora criado, e, segundo o seu costume, entrou em dia de Sábado na sinagoga e levantou-se para ler. 17Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando-o, encontrou a passagem onde estava escrito:
18O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres,
enviou-me a proclamar aos
prisioneiros a libertação
e aos cegos a recuperação da vista,
a mandar em liberdade
os oprimidos,
19a proclamar um ano favorável do Senhor [9].
20Depois de enrolar o livro e de o devolver ao ajudante, sentou-se. Os olhos de todos na sinagoga estavam fixos nele. 21Começou, então, a dizer-lhes: «Hoje[10] aos vossos ouvidos cumpriu-se esta escritura».
22E todos davam testemunho acerca dele, admiravam-se com as palavras de graça que saíam da sua boca e diziam: «Não é este o filho de José?». 23Disse-lhes, então: «Certamente me direis este provérbio[11]: "Médico, cura-te a ti mesmo". O que ouvimos dizer que aconteceu em Cafarnaum, fá-lo também aqui na tua terra natal»[12]. 24E disse: «Amen vos digo: nenhum profeta é aceite[13] na sua terra natal. 25Mas em verdade vos digo: havia muitas viúvas em Israel nos dias de Elias[14], quando o céu se fechou por três anos e seis meses, e houve uma grande fome em toda a terra. 26E a nenhuma delas foi mandado Elias, a não ser a Sarepta de Sídon, a uma mulher viúva. 27Havia muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu[15], e nenhum deles foi purificado, a não ser Naamã, o sírio».
28Todos se encheram de ira na sinagoga ao ouvir isto 29e, levantando-se, expulsaram-no para fora da cidade. Levaram-no até ao cimo do monte em que a cidade estava edificada para lançá-lo dali abaixo. 30Mas Ele, passando pelo meio deles, seguiu adiante[16].
Na sinagoga de Cafarnaum. Cura de um endemoniado (Mc 1,21-28) – 31Desceu para Cafarnaum, cidade da Galileia, e ensinava-os ao sábado. 32Estavam perplexos com o seu ensinamento, porque a sua palavra tinha autoridade[17].
33Ora, na sinagoga estava um homem que tinha um espírito de demónio impuro e gritou com voz forte: 34«Ah! Que há entre nós e ti, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Sei quem Tu és: O santo de Deus». 35Jesus repreendeu-o severamente, dizendo: «Cala-te e sai dele». E o demónio, atirando-o para o meio, saiu dele sem lhe fazer mal algum.
36Surgiu em todos o espanto e conversavam uns com os outros, dizendo: «Que palavra é esta que, com autoridade e poder, dá ordens aos espíritos impuros e eles saem?». 37E a sua fama divulgava-se por todos os lugares dos arredores.
Cura da sogra de Pedro (Mt 8,14s; Mc 1,29-31) – 38Tendo deixado a sinagoga, entrou na casa de Simão. Ora, a sogra de Simão[18] estava tomada por uma grande febre, e intercederam por ela junto dele[19]. 39Debruçando-se sobre ela, repreendeu severamente a febre, e esta deixou-a. Ela, levantando-se imediatamente, começou a servi-los.
Curas e exorcismos (Mt 8,16; Mc 1,32-34) – 40Quando se pôs o sol, todos os que tinham enfermos de várias doenças conduziam-nos a Ele; e Ele, impondo as mãos a cada um deles, curava-os. 41E também de muitos saíam demónios, que gritavam e diziam: «Tu és o filho de Deus». Repreendendo-os severamente, não lhes permitia que falassem, porque sabiam que Ele era o Cristo.
Jesus sai para um lugar deserto (Mc 1,35-39) – 42Quando se fez dia, saindo, foi para um lugar deserto. As multidões procuravam-no; foram até Ele e tentavam retê-lo para que não se afastasse deles. 43Mas Ele disse-lhes: «É necessário que eu anuncie a boa nova do reino de Deus também às outras cidades, porque para isso fui enviado». 44E ia proclamando nas sinagogas da Judeia[20].
- ↑ É evidente a dupla referência ao Espírito recebido no batismo. Com ele, Jesus vai vencer as tentações e dar início à sua missão (4,14.18).
- ↑ Lc une Mc 1,13 (tentação durante os quarenta dias) com Mt 4,2 (três tentações ao fim de quarenta dias). O número quarenta designa, na Escritura, uma geração (1Sm 13,1), o tempo que Moisés passou na montanha (Ex 24,18), a caminhada de Elias (1Rs 19,8) e o tempo que Israel vagueou pelo deserto, antes de entrar na Terra Prometida (Js 5,6).
- ↑ O nome Diabo (do grego diábolos: aquele que divide) é o mais frequente para designar o inimigo de Deus e do seu reino. O tentador retoma a palavra divina, pronunciada aquando do batismo (3,22: Tu és o meu filho amado...), pondo em relação a tentação com a teofania batismal.
- ↑ Dt 8,3 e Mt 4,4.
- ↑ Lit.: se te ajoelhares diante de mim.
- ↑ A prostração e a adoração remetem para a submissão total. Contudo, segundo Dt 6,13, aqui citado, só a Deus se deve adorar e servir; adorar é o mesmo verbo ajoelhar do v. 7 (proskynéō), estando Satanás a tentá-lo e a tentar que Jesus o reconheça como Deus.
- ↑ Sl 91,11-12.
- ↑ Esta é a primeira vitória de Jesus sobre o Diabo. Outras vão acontecer em 4,41; 6,18; 7,21; 8,2; 10,17-18. A última será em 22,3.53, já no cenário da paixão. A primeira vitória é sinal da última.
- ↑ Lc conjuga, nestes dois vv., a citação de Is 61,1-2a e 42,7, cortando intencionalmente a parte final: o dia da vingança da parte do nosso Deus (Is 61 2b). O ano da graça ou ano favorável é o ano jubilar, celebrado em Israel de cinquenta em cinquenta anos (Lv 25,8-17).
- ↑ É Lc quem mais destaca a atualidade da salvação (2,11; 5,26; 13,32; 19,9; 23,43).
- ↑ Em grego parabolḗ.
- ↑ Apesar de não ter nascido lá, Nazaré é vista como a terra de origem de Jesus, pois foi aí que ele cresceu. Com base no passado, Jesus prevê a rejeição futura do seu povo.
- ↑ Dektós, o mesmo termo do v. 19 (traduzido por favorável).
- ↑ Cf. 1Rs 17,1-24; 18,1; Tg 5,17.
- ↑ Cf. 2Rs 5,1-15.
- ↑ Ninguém pode deter o caminho de Jesus, que só terminará em Jerusalém (13,33).
- ↑ Lit.: e na autoridade a sua palavra existia. Lc mostra a autoridade de Jesus, mediante os ensinamentos (v. 32) e exorcismos (v. 36).
- ↑ É a primeira referência a Simão, que seguirá Jesus a partir de 5,1-11.
- ↑ Lit.: pediram-lhe por ela.
- ↑ Judeia. Alguns mss. e também Mc 1,39 usam a palavra Galileia. Sendo o país dos judeus genericamente conhecido como Judeia, Lc usa esta terminologia no sentido de país e não de região.
Capítulos
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