Difference between revisions of "Sl 82"
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+ | Deus ergueu-se<ref name="ftn491">Este é um salmo coletivo de súplica. Além do pedido que formula, tem dados que o assemelham a uma exortação profética. Deus é apresentado como um juiz que preside ao funcionamento do universo como presidente supremo de uma corte divina, segundo a conceção geral das culturas de Canaã. Nas religiões semíticas a corte divina é formada por todos os deuses.</ref> na assembleia divina<ref name="ftn492">As várias tradições religiosas da região de Canaã tinham como caraterística comum o facto de representarem os deuses como formando uma assembleia presidida por um deus supremo. De acordo com este quadro, Deus é aqui apresentado numa posição de superioridade e autoridade acima dos restantes deuses (Sl 86,8; 136,2; Ex 18,11; Dt 10,17). Isto parece, no entanto, uma imagem para justificar a interpelação aos que têm de administrar a justiça, para o fazerem com inteira equidade (v. 2). Quem se encontra aqui debaixo de mira são muito provavelmente reis, governantes e chefes responsáveis por que seja assegurada justiça no exercício das suas funções. E estas autoridades são metaforicamente designadas por ''deuses'' (v. 6; Sl 45,7; 58,2 e ainda Ex 21,6; Jo 10,33-36).</ref><nowiki>;</nowiki> | ||
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Latest revision as of 09:36, 18 December 2019
82(81) Deus, juiz supremo
1 Salmo. De Asaf.
Deus ergueu-se[1] na assembleia divina[2];
- no meio dos deuses, Ele profere a sentença:
2 «Até quando proferireis sentenças iníquas[3]
- e deixareis que os malvados levantem a cabeça?
3 Defendei o oprimido e o órfão;
- fazei justiça ao humilde e ao pobre.
4 Libertai o oprimido e o necessitado
- e livrai-os das mãos dos malfeitores».
5 Eles não conhecem nem compreendem;
- vagueiam na escuridão;
- e os fundamentos da terra ficam abalados[4].
6 Eu disse: «Vós sois deuses,
- todos vós sois filhos do Altíssimo[5].
7 Porém, como qualquer mortal, morrereis
- e, como qualquer um dos príncipes, havereis de cair».
8 Levanta-te, ó Deus, para julgar a terra,
- porque tens o domínio sobre todos os povos.
- ↑ Este é um salmo coletivo de súplica. Além do pedido que formula, tem dados que o assemelham a uma exortação profética. Deus é apresentado como um juiz que preside ao funcionamento do universo como presidente supremo de uma corte divina, segundo a conceção geral das culturas de Canaã. Nas religiões semíticas a corte divina é formada por todos os deuses.
- ↑ As várias tradições religiosas da região de Canaã tinham como caraterística comum o facto de representarem os deuses como formando uma assembleia presidida por um deus supremo. De acordo com este quadro, Deus é aqui apresentado numa posição de superioridade e autoridade acima dos restantes deuses (Sl 86,8; 136,2; Ex 18,11; Dt 10,17). Isto parece, no entanto, uma imagem para justificar a interpelação aos que têm de administrar a justiça, para o fazerem com inteira equidade (v. 2). Quem se encontra aqui debaixo de mira são muito provavelmente reis, governantes e chefes responsáveis por que seja assegurada justiça no exercício das suas funções. E estas autoridades são metaforicamente designadas por deuses (v. 6; Sl 45,7; 58,2 e ainda Ex 21,6; Jo 10,33-36).
- ↑ Esta interpelação aos responsáveis pela justiça é frequente nos profetas: Is 1,17ss; Jr 5,28; 21,12; 22,3; Ez 22,27.29; Mi 3,1-11; Za 7,9s; cf. Jb 29,12; Pr 18.5; 24,11s.
- ↑ Segundo a Bíblia, a importância do conceito de justiça ultrapassa a simples ordem social; ela é de tal modo abarcante e profunda que lhe cabe assegurar a consistência de todas as coisas.
- ↑ Esta frase também poderia ser lida como uma interrogação para sublinhar a crítica.
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