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From Biblia: Os Quatro Evangelhos e os Salmos
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Por ti eu clamo, Senhor, vem depressa junto a mim<ref name="ftn816">Neste salmo individual de súplica o choque entre o comportamento dos maus e a situação de perigo que isso representa para o salmista não são tratados somente como uma questão de agressão e de injustiça, mas sobretudo como uma confrontação entre modelos opostos de comportamento. Isso obriga o salmista a uma atitude de amabilidade, por um lado, e de resguardo e afastamento, por outro. O facto de o hebraico aqui usado parecer algo antigo torna difícil conseguir uma tradução mais explícita.</ref><nowiki>;</nowiki>
  
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<span style="color:red"><sup>6</sup></span>&nbsp;Quando forem atirados para as mãos duras dos seus juízes,
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:os seus ossos<ref name="ftn818">Ou: ''os meus ossos''.'' ''A maior dificuldade deste v. consiste em saber de quem são os ossos que descem ao mundo dos mortos. A NVg entende ''os seus ossos'', mas a Vg e os LXX entendiam ''os nossos ossos''. Na primeira hipótese funciona como descrição do castigo dos maus; na segunda, como o sofrimento profundo que atinge os bons. No entanto, em 11QPsª aparece como ''os meus ossos''. Tendo em conta que todo o salmo está declarado na primeira pessoa do singular, a ocorrência de ''nossos ossos'' neste v. 7 parece pouco lógico. Normalmente, o estar à boca do abismo da morte faz parte da lamentação do salmista; a primeira pessoa poderia, neste caso, fazer sentido. </ref> dispersos foram engolidos pela morte<ref name="ftn819">Lit.: ''pelo Cheol.'' O texto dos vv. 6-7 é de molde a deixar sempre algumas hesitações na tradução.</ref>.
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:enquanto eu vou prosseguindo o meu caminho.
  
  

Latest revision as of 10:51, 18 December 2019

141(140) Súplica na adversidade

 

1 Salmo. De David.


Por ti eu clamo, Senhor, vem depressa junto a mim[1];

escuta a minha voz, quando te invoco.

2 Seja a minha oração como incenso na tua presença[2],

e as minhas mãos erguidas como a oferta da tarde.

3 Põe, Senhor, uma guarda à minha boca

e uma defesa à porta dos meus lábios.

4 Não deixes que o meu coração se incline para coisas más,

nem se envolva em delitos de malfeitores.

Que eu não me junte com criminosos,

nem tome parte em seus lautos banquetes.

5 Castigue-me aquele que é justo,

e aquele que é piedoso me repreenda.

Mas que o óleo dos maus não me perfume a cabeça;

e que, ao fazerem o mal, eu permaneça em oração.

6 Quando forem atirados para as mãos duras dos seus juízes,

hão de ouvir como são amáveis as minhas palavras.

7 Como quando se cava e se lavra a terra,

os seus ossos[3] dispersos foram engolidos pela morte[4].

8 É para ti, Senhor, que se voltam os meus olhos;

Senhor, em ti me refugio, não desampares a minha alma.::

9 Guarda-me do laço que estenderam contra mim,

das armadilhas dos que praticam a iniquidade.

10 Que os malfeitores caiam nas suas ciladas,

enquanto eu vou prosseguindo o meu caminho.



  1. Neste salmo individual de súplica o choque entre o comportamento dos maus e a situação de perigo que isso representa para o salmista não são tratados somente como uma questão de agressão e de injustiça, mas sobretudo como uma confrontação entre modelos opostos de comportamento. Isso obriga o salmista a uma atitude de amabilidade, por um lado, e de resguardo e afastamento, por outro. O facto de o hebraico aqui usado parecer algo antigo torna difícil conseguir uma tradução mais explícita.
  2. A oração é aqui matizada com várias metáforas recolhidas da vida cultual do templo: o incenso usado em várias cerimónias, o ambiente interior do santuário, o gesto de erguer as mãos e o sacrifício da tarde (Ex 29,38-42; Lv 2,1s,15; Sl 28,2; 63,5; 66,15).
  3. Ou: os meus ossos. A maior dificuldade deste v. consiste em saber de quem são os ossos que descem ao mundo dos mortos. A NVg entende os seus ossos, mas a Vg e os LXX entendiam os nossos ossos. Na primeira hipótese funciona como descrição do castigo dos maus; na segunda, como o sofrimento profundo que atinge os bons. No entanto, em 11QPsª aparece como os meus ossos. Tendo em conta que todo o salmo está declarado na primeira pessoa do singular, a ocorrência de nossos ossos neste v. 7 parece pouco lógico. Normalmente, o estar à boca do abismo da morte faz parte da lamentação do salmista; a primeira pessoa poderia, neste caso, fazer sentido.
  4. Lit.: pelo Cheol. O texto dos vv. 6-7 é de molde a deixar sempre algumas hesitações na tradução.



Salmos

1   2   3   4   5   6   7   8   9   10   11   12   13   14   15   16   17   18   19   20   21   22   23   24   25   26   27   28   29   30   31   32   33   34   35   36   37   38   39   40   41   42   43   44   45   46   47   48   49   50   51   52   53   54   55   56   57   58   59   60   61   62   63   64   65   66   67   68   69   70   71   72   73   74   75   76   77   78   79   80   81   82   83   84   85   86   87   88   89   90   91   92   93   94   95   96   97   98   99   100   101   102   103   104   105   106   107   108   109   110   111   112   113   114   115   116   117   118   119   120   121   122   123   124   125   126   127   128   129   130   131   132   133   134   135   136   137   138   139   140   141   142   143   144   145   146   147   148   149   150