Mt 24

From Biblia: Os Quatro Evangelhos e os Salmos
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Discurso escatológico
(24,1-25,46)


Destruição do templo (Mc 13,1s; Lc 21,5s) – 1Quando Jesus saiu do templo e se ia embora, vieram ter com Ele os seus discípulos para lhe mostrarem os edifícios do templo. 2Mas Ele, em resposta, disse-lhes: «Não vedes tudo isto? Amen vos digo: não ficará aqui pedra sobre pedra que não venha a ser derrubada!».


Sinais antecedentes do fim: falsos messias, guerras e perseguições (Mc 13,3-13; Lc 21,7-19) – 3Quando Ele estava sentado no Monte das Oliveiras, vieram ter com Ele os discípulos a sós, dizendo: «Diz-nos: quando será isso e qual o sinal da tua vinda[1] e da consumação dos tempos?». 4Respondendo, Jesus disse-lhes «Tomai cuidado para que ninguém vos engane! 5Pois muitos virão em meu nome, dizendo "Eu sou o Cristo", e a muitos hão de enganar. 6Estais prestes a ouvir falar de guerras e de rumores de guerras. Vede bem, não vos assusteis; é necessário que isto aconteça, mas ainda não é o fim. 7Pois há de levantar-se povo contra povo e reino contra reino; haverá fome e tremores de terra por todo o lado[2]. 8Todas estas coisas serão o princípio das dores de parto.

9Hão de entregar-vos, então, à tribulação e matar-vos; sereis odiados por todos os povos por causa do meu nome. 10Então muitos se escandalizarão, hão de atraiçoar-se uns aos outros, e uns aos outros se hão de odiar. 11Muitos falsos profetas se hão de erguer e enganar a muitos 12e, por crescer a iniquidade, esfriará o amor de muitos. 13Mas o que perseverar até ao fim, esse será salvo. 14Este evangelho do reino será proclamado em todo o mundo habitado, como testemunho para todos os povos, e então virá o fim».


Sinais antecedentes do fim: destruição de Jerusalém (Mc 13,14-20; Lc 21,20-24) – 15«Quando virdes a abominação da desolação, dita por meio do profeta Daniel posta no lugar santo[3] – quem lê que compreenda! –, 16então os que estiverem na Judeia fujam para os montes, 17quem estiver no terraço não desça para apanhar as coisas da sua casa 18e quem estiver no campo não volte atrás para apanhar a sua capa. 19Ai daquelas que tiverem um filho no ventre e das que amamentarem naqueles dias!

20Rezai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem ao sábado. 21É que haverá então uma grande tribulação, como não aconteceu desde o princípio do mundo até agora[4], nem jamais acontecerá. 22E, se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém[5] se salvaria. Mas, por causa dos eleitos, aqueles dias serão abreviados.


Sinais antecedentes do fim: os falsos messias (Mc 13,21-23) – 23Então, se alguém vos disser: "Eis aqui o Cristo" ou "ali", não acrediteis, 24pois hão de erguer-se falsos cristos e falsos profetas que oferecerão grandes sinais e prodígios, de modo a enganar, se possível, até os eleitos. 25Eis que já vo-lo tinha predito. 26Assim, se vos disserem: "Ei-lo, está no deserto", não saiais; "Ei-lo no interior das casas", não acrediteis. 27Pois assim como o relâmpago surge do oriente e é visível até ao ocidente, assim será a vinda do Filho do Homem. 28Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres».


Vinda gloriosa do Filho do Homem (Mc 13,24-27; Lc 21,25-28) – 29«Imediatamente, depois da tribulação daqueles dias, o sol ficará escuro, a lua não dará o seu brilho, as estrelas cairão do céu e os poderes dos céus serão abalados[6]. 30Aparecerá, então, o sinal do Filho do Homem no céu, e então baterão no peito todas as tribos da terra, ao verem o Filho do Homem a vir sobre as nuvens do céu com poder e grande glória[7]. 31E enviará os seus anjos, com uma grande trombeta, e eles reunirão os seus eleitos dos quatro ventos, de uma extremidade à outra dos céus».


Parábola da figueira (Mc 13,28-32; Lc 21,29-33) – 32«Aprendei com a parábola da figueira: quando os seus ramos ficam tenros, e brotam as folhas, sabeis que o verão está próximo; 33assim também vós, quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, mesmo à porta. 34Amen vos digo: não passará esta geração, até que todas estas coisas aconteçam. 35O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão.

36Quanto a esse dia e a essa hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, apenas e só o Pai».


Necessidade de estar vigilante (Mc 13,35; Lc 17,26-36) – 37«Pois assim como foram os dias de Noé, assim será a vinda do Filho do Homem. 38De facto, tal como naqueles dias antes do dilúvio comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, 39e não se aperceberam, até que veio o dilúvio e a todos levou, assim também será a vinda do Filho do Homem. 40Então, dois estarão no campo: um será levado e um deixado; 41duas estarão a moer no moinho: uma será levada e uma deixada.

42Portanto, estai vigilantes, porque não sabeis em que dia o vosso Senhor vem. 43Pensai nisto: se o senhor da casa soubesse em que vigília da noite viria o ladrão, teria estado vigilante e não teria permitido que a sua casa fosse arrombada. 44Por isso, estai também vós preparados, porque à hora em que menos pensais vem o Filho do Homem».


Parábola do servo fiel e do servo infiel (Lc 12,42-46) – 45«Quem é, portanto, o servo fiel e prudente que o senhor colocou à frente da sua casa para lhes dar o alimento no tempo oportuno? 46Feliz aquele servo que, quando vier o seu senhor, o encontrar a fazer assim. 47Amen vos digo: colocá-lo-á à frente de todos os seus bens. 48Mas, se aquele mau servo disser no seu coração: "O meu senhor tarda em vir", 49e começar a bater nos seus companheiros de servidão, a comer e a beber com os bêbados, 50virá o senhor daquele servo no dia em que menos espera e na hora que não conhece, 51há de cortá-lo ao meio[8] e dar-lhe-á a sorte dos hipócritas[9]; aí haverá choro e ranger de dentes».



  1. Dizer vinda é dizer parusia, i.e., afirmar a vinda final, escatológica, de Jesus. O NT refere continuamente esta vinda ou este fim, mas sempre sem determinar o tempo.
  2. Estes são sinais tradicionais da apocalíptica judaica (cf. 2Cr 15,6; Is 19,2-6; Ez 38,1). Lá como aqui, não estamos perante uma descrição histórica de acontecimentos nem do percurso até ao final dos tempos. O objetivo não é informar, mas fortalecer a fé e a esperança dos crentes, tantas vezes em situações difíceis.
  3. Esta abominação é, no livro de Daniel (Dn 8,13; 9,27; 11,31; 12,11), a profanação do templo de Jerusalém por Antíoco IV Epifânio em 167 a.C. (cf. 1Mac 1,54), quando coloca lá uma estátua do deus dos céus – Zeus (Baal Chamayim). Poderá também evocar um gesto semelhante por parte do imperador Calígula (por volta do ano 40 d.C.).
  4. Dn 12,1; Jl 2,2.
  5. Lit.: nenhuma carne.
  6. Is 13,9s; 34,4.
  7. Dn 7,13s; Zc 12,10-14.
  8. Lit.: parti-lo-á ao meio. O verbo grego dikhotoméō quer dizer cortar em duas partes, podendo-se referir ao castigo de cortar literalmente uma pessoa ao meio (1Sm 15:33) ou, como interpretam outros, a um castigo extremamente severo (a cruel pena de morte, aplicada na antiguidade, neste caso, a um escravo pelo seu proprietário); o servo partilhará assim a mesma sorte (estabelecerá a sua parte) dos hipócritas.
  9. Lit: e colocará a parte dele com a dos hipócritas.



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