Mt 1

From Biblia: Os Quatro Evangelhos e os Salmos
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I
O EVANGELHO DA INFÂNCIA DE JESUS
(1,1-2,23)


Origem humana de Jesus. Genealogia (Lc 3,23-38) – 1Livro da genealogia[1] de Jesus Cristo[2], filho de David, filho de Abraão. 2Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacob, Jacob gerou Judá e seus irmãos[3]. 3Judá gerou, de Tamar, Peres e Zera. Peres gerou Hesrón. Hesrón gerou Rame. 4Rame gerou Aminadab. Aminadab gerou Nachon. Nachon gerou Salmon. 5Salmon gerou, de Raab, Boóz. Boóz gerou, de Rute, Obed. Obed gerou Jessé. 6Jessé gerou o rei David. David gerou, da mulher de Urias[4], Salomão. 7Salomão gerou Roboão. Roboão gerou Abias. Abias gerou Ása. 8Ása gerou Josafat. Josafat gerou Jorám. Jorám gerou Uzias. 9Uzias gerou Jotám. Jotám gerou Acaz. Acaz gerou Ezequias. 10Ezequias gerou Manassés. Manassés gerou Amon. Amon gerou Josias. 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo da deportação para a Babilónia.

12Depois da deportação para a Babilónia, Jeconias gerou Salatiel. Salatiel gerou Zorobabel. 13Zorobabel gerou Abiud. Abiud gerou Eliaquim. Eliaquim gerou Azur. 14Azur gerou Sadoc. Sadoc gerou Jaquin. Jaquin gerou Eliud. 15Eliud gerou Eleázar. Eleázar gerou Matán. Matán gerou Jacob. 16Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo.

17Assim, as gerações todas são: desde Abraão até David, catorze gerações; desde David até à deportação para a Babilónia, catorze gerações; e desde a deportação para a Babilónia até Cristo, catorze gerações.


Origem divina de Jesus (Lc 1,26-38) – 18Jesus Cristo foi gerado deste modo: Maria, sua mãe, tendo sido desposada por José, antes de viverem juntos[5], descobriu-se grávida[6] por obra do Espírito Santo. 19José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, quis repudiá-la secretamente[7]. 20E, tendo assim pensado, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu num sonho[8], dizendo: «José, filho de David, não tenhas medo de receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado provém do Espírito Santo. 21Dará à luz um filho, e chamá-lo-ás com o nome de Jesus[9], pois Ele salvará o seu povo dos seus pecados».

22Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta que diz:

23Eis que a virgem conceberá no ventre e dará à luz um filho, que será chamado com o nome de Emanuel[10], que significa: Deus connosco.

24Quando José acordou do sono, fez como lhe havia ordenado o anjo do Senhor e recebeu a sua mulher. 25Mas não a conheceu[11] até que deu à luz um filho a quem chamou com o nome de Jesus.



  1. A mesma palavra grega génesis (origem, geração, génese) introduz as duas secções que se iniciam respetivamente no vv. 1 e 18: a primeira refere-se à origem humana de Jesus, a segunda à sua origem divina. As genealogias, no AT, são um legado teológico do povo eleito, sobretudo depois do exílio (Gn 5; 10; 36; livros dos Reis e Crónicas). Mt sobreleva as pessoas de Abraão, como primeiro pai na fé, e David, como primeiro rei associado às promessas messiânicas.
  2. De origem grega (khristós), este título significa ungido e corresponde ao hebraico māchîah (Messias), que Mt nunca usa. Procede de Mc 1,1 e era entendido, por esta altura, em sentido eminentemente político (20,41; 22,67; 23,2.35.39), mas também profético e sacerdotal (1QS 9,10-11), pois em Israel eram ungidos os sacerdotes, os profetas e os reis.
  3. Com esta genealogia e com as duas que se seguem, Mt quer significar desde o início que, para entender Jesus, é preciso percorrer o AT. Começa aqui a transição do AT para o NT. A primeira parte da genealogia provém de Rt 4,18-22 e 1Cr 1,34-2,15, a segunda de 1Cr 3,1-16; 2 Rs 24,14; Jr 27,20 e a terceira de Esd 3,2; Ag 2,2; 1Cr 3,16-19.
  4. As quatro mulheres que integram a genealogia de Jesus (Tamar: Gn 38; Raab: Js 2; Rute e Betsabé, mulher de Urias: 2Sm 11,1-27) evidenciam a universalidade da salvação espelhada nos títulos da descendência abraâmica e davídica aplicados a Jesus. Esta árvore genealógica pertence ao género das genealogias de linhagem sem ramificações, cuja função é legitimadora, tal como acontecia no mundo antigo (cf. Eusébio, Hist.Eccl III,12.19; XX,1-6; XXXIII,3; bKet 26b; NmR 13,14; ExR 15,26).
  5. Na cultura hebraica, o noivado tinha lugar um ano antes do casamento, e durante esse período a noiva permanecia com a sua família, sem nenhum contacto mais íntimo com o noivo. Apesar disso, desde o dia em que o noivado se iniciava, os noivos eram já considerados marido e mulher.
  6. Lit.: que tinha no ventre (a mesma expressão do v. 23).
  7. A lei de repúdio ordenava que a mulher apanhada em adultério fosse apedrejada (cf. Dt 22,20s; Lv 18,20; 20,10; 1QT 66; Filão, Spec.Leg III,72-78).
  8. Mt usa os sonhos, de acordo com a cultura oriental, para manifestar os mistérios divinos. O termo sonho (ónar) ocorre exclusivamente em Mt (1,20; 2,12.13.19.22; 27,19).
  9. Yechua (Jesus) significa o Senhor salva.
  10. Is 7,14. O texto hebraico (e o de Qumran) apresenta 'almāh (donzela, jovem), mas Mt segue aqui a versão dos LXX com parthénos (virgem).
  11. O verbo grego ginṓskō (conhecer) traduz o verbo hebraico yāda' que, entre outros sentidos, significa também ter relações matrimoniais.



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