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− | + | <span style="color:red">Cura do endemoniado de Gérasa (Mt 8,28-34; Lc 8,26-39) – </span><span style="color:red"><sup>1</sup></span>Foram, então, para a outra margem do mar, para a região dos gerasenos<ref name="ftn59">No território da Decápole, considerado pagão. A cidade fica a 154 quilómetros a sudeste do lago, o que é estranho, tendo em conta que o v. 13 implica proximidade. Alguns defendem, por isso, que Gérasa se refere a todo o território da Decápole.</ref>. <span style="color:red"><sup>2</sup></span>Ao sair do barco, veio imediatamente ao seu encontro, saído dos sepulcros, um homem com um espírito impuro<ref name="ftn60">Lit.: ''em espírito impuro'' (cf. 1,23 nota).</ref>, <span style="color:red"><sup>3</sup></span>que tinha a sua morada nos sepulcros. Já ninguém conseguia prendê-lo, nem com correntes, <span style="color:red"><sup>4</sup></span>pois estivera preso muitas vezes com grilhões e correntes, mas ele rebentava os grilhões e despedaçava as correntes. Ninguém era capaz de o dominar. <span style="color:red"><sup>5</sup></span>Andava sempre, noite e dia, nos sepulcros e nos montes, a gritar e a ferir-se com pedras. <span style="color:red"><sup>6</sup></span>Ao ver Jesus de longe, correu e prostrou-se diante dele <span style="color:red"><sup>7</sup></span>e, gritando com voz forte, disse: «Que há entre mim e ti<ref name="ftn61">Cf. 1,24 nota.</ref>, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus: não me atormentes!». <span style="color:red"><sup>8</sup></span>De facto, Jesus dizia-lhe: «Espírito impuro, sai do homem»<ref name="ftn62">A afirmação ''do homem'' em vez ''deste homem'' parece querer sublinhar a missão de Jesus em relação ao ser humano em geral: libertá-lo do poder do Mal (cf. 1,17 nota).</ref>. <span style="color:red"><sup>9</sup></span>E interrogou-o: «Qual é o teu nome?». Ele disse-lhe: «O meu nome é Legião, porque somos muitos»<ref name="ftn63">''Legião'' é um termo latino que corresponde a uma unidade militar de aproximadamente 6000 soldados de infantaria e 120 cavaleiros (quando completa). No NT nunca se refere a homens, mas a um grupo de demónios (Mc 5,9.15par.) ou de anjos (Mt 26,53).</ref>. <span style="color:red"><sup>10</sup></span>E suplicava-lhe com insistência que não os enviasse para fora da região. <span style="color:red"><sup>11</sup></span>Ora, estava ali junto ao monte uma grande vara de porcos a pastar, <span style="color:red"><sup>12</sup></span>e suplicaram-lhe, dizendo: «Manda-nos para os porcos, para que entremos neles».<span style="color:red"><sup>13</sup></span>Ele permitiu-lhes. E, ao saírem, os espíritos impuros entraram nos porcos, e a vara lançou-se pelo precipício para o mar. Eram cerca de dois mil e afogaram-se no mar. <span style="color:red"><sup>14</sup></span>Os que os apascentavam fugiram e foram anunciá-lo para a cidade e para os campos; e vieram para ver o que tinha acontecido.<span style="color:red"><sup>15</sup></span>Foram ter com Jesus e viram o endemoniado sentado, vestido e de perfeito juízo, o mesmo que tivera a Legião, e ficaram com medo.<span style="color:red"><sup>16</sup></span>Os que tinham visto explicaram-lhes como tinha aquilo acontecido ao endemoniado e o que se passara com os porcos. <span style="color:red"><sup>17</sup></span>Começaram, então, a suplicar-lhe que se afastasse do seu território. <span style="color:red"><sup>18</sup></span>E, quando Ele estava a subir para o barco, o que tinha sido endemoniado suplicava-lhe que o deixasse ficar com Ele. <span style="color:red"><sup>19</sup></span>Não lho consentiu, mas disse-lhe: «Vai para a tua casa, para junto dos teus, e anuncia-lhes quanto o Senhor te fez e a misericórdia que teve para contigo». <span style="color:red"><sup>20</sup></span>Então ele partiu e começou a proclamar na Decápole o quanto Jesus lhe fizera, e todos ficavam admirados. | |
− | Cura da mulher que sofria de hemorragias e ressurreição da filha de Jairo (Mt 9,18-26; Lc 8,40-56) – | + | <span style="color:red">Cura da mulher que sofria de hemorragias e ressurreição da filha de Jairo (Mt 9,18-26; Lc 8,40-56) – </span><span style="color:red"><sup>21</sup></span>Depois de Jesus ter atravessado no barco de novo para a outra margem, reuniu-se junto dele uma numerosa multidão. Ele estava junto ao mar. <span style="color:red"><sup>22</sup></span>Veio, então, um dos chefes da sinagoga, de nome Jairo. Ao vê-lo, caiu a seus pés <span style="color:red"><sup>23</sup></span>e suplicou-lhe com insistência, dizendo: «A minha filhinha está a morrer! Vem impor-lhe as mãos, para que seja salva e viva». <span style="color:red"><sup>24</sup></span>Foi, então, com ele, seguido por uma numerosa multidão, que o apertava. |
− | + | <span style="color:red"><sup>25</sup></span>Entretanto, uma mulher, que tinha um fluxo de sangue havia doze anos<ref name="ftn64">Segundo Lv 15,19-33, a menstruação torna a mulher impura. Para alguns, o fluxo seria desta natureza; sendo contínuo, agravava a sua situação de impureza. Isto explicaria o medo da mulher pela reação de Jesus (estando impura não podia tocar em ninguém). </ref> <span style="color:red"><sup>26</sup></span>e que muito padecera nas mãos de muitos médicos, tendo gasto tudo o que tinha sem qualquer proveito – pelo contrário, piorava cada vez mais –, ao ouvir falar de Jesus, veio por trás, entre a multidão, e tocou na sua veste, <span style="color:red"><sup>28</sup></span>pois dizia: «Se tocar nas suas vestes, ficarei salva». <span style="color:red"><sup>29</sup></span>E imediatamente se lhe estancou o fluxo de sangue e percebeu no corpo que estava curada do tormento. <span style="color:red"><sup>30</sup></span>Jesus, ao ter-se imediatamente apercebido do poder que dele saíra, voltando-se para a multidão, dizia: «Quem tocou nas minhas vestes?». <span style="color:red"><sup>31</sup></span>Diziam-lhe os seus discípulos: «Vês a multidão que te aperta e perguntas: "Quem me tocou?"». <span style="color:red"><sup>32</sup></span>Mas Ele olhava em redor, para ver aquela que o tinha feito. <span style="color:red"><sup>33</sup></span>A mulher, com medo e a tremer, sabendo o que lhe tinha acontecido, veio, caiu diante dele e disse-lhe toda a verdade. <span style="color:red"><sup>34</sup></span>Ele disse-lhe: «Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e fica curada do teu tormento». | |
− | + | <span style="color:red"><sup>35</sup></span>Ainda Ele falava, vieram da casa do chefe da sinagoga, dizendo: «A tua filha morreu. Porque incomodas ainda o Mestre?». <span style="color:red"><sup>36</sup></span>Mas Jesus, ao escutar o que diziam, disse ao chefe da sinagoga: «Não tenhas medo! Acredita<ref name="ftn65">A forma verbal no imperativo presente significa dar continuidade a uma ação que vem de trás: o chefe da sinagoga já acreditava, mas Jesus pede-lhe que continue a acreditar, apesar de humanamente parecer que nada há a fazer.</ref> apenas». <span style="color:red"><sup>37</sup></span>E não deixou que ninguém o acompanhasse<ref name="ftn66">Lit.: ''o acompanhasse com Ele''.</ref>, a não ser Pedro, Tiago e João, o irmão de Tiago<ref name="ftn67">São o grupo mais íntimo de Jesus, que testemunha a transfiguração (9,2) e o sofrimento no Horto (14,33).</ref>. <span style="color:red"><sup>38</sup></span>Ao chegarem à casa do chefe da sinagoga, viu um alvoroço, com gente<ref name="ftn68">''Gente'' é acrescento da tradução.</ref> que chorava e soltava muitos gritos de dor. <span style="color:red"><sup>39</sup></span>Ao entrar, disse-lhes: «Porque estais alvoroçados e chorais? A criança não morreu, mas está a dormir». <span style="color:red"><sup>40</sup></span>Riam-se dele. Mas Ele, depois de expulsar todos, tomou consigo o pai e a mãe da criança e os que estavam com Ele e entrou no local onde se encontrava a criança. <span style="color:red"><sup>41</sup></span>Agarrando a mão da criança, disse-lhe: «Talitha kum», que significa: «Menina, Eu te digo: levanta-te». <span style="color:red"><sup>42</sup></span>A menina levantou-se imediatamente e começou a andar, pois tinha doze anos. E eles ficaram espantados<ref name="ftn69">Lit.: ''E eles ficaram imediatamente espantados'' (''imediatamente'' falta em vários mss.).</ref>, com grande assombro. <span style="color:red"><sup>43</sup></span>Admoestou-os, então, com insistência, para que ninguém tivesse conhecimento disto, e disse para lhe darem de comer. | |
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Cura do endemoniado de Gérasa (Mt 8,28-34; Lc 8,26-39) – 1Foram, então, para a outra margem do mar, para a região dos gerasenos[1]. 2Ao sair do barco, veio imediatamente ao seu encontro, saído dos sepulcros, um homem com um espírito impuro[2], 3que tinha a sua morada nos sepulcros. Já ninguém conseguia prendê-lo, nem com correntes, 4pois estivera preso muitas vezes com grilhões e correntes, mas ele rebentava os grilhões e despedaçava as correntes. Ninguém era capaz de o dominar. 5Andava sempre, noite e dia, nos sepulcros e nos montes, a gritar e a ferir-se com pedras. 6Ao ver Jesus de longe, correu e prostrou-se diante dele 7e, gritando com voz forte, disse: «Que há entre mim e ti[3], Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus: não me atormentes!». 8De facto, Jesus dizia-lhe: «Espírito impuro, sai do homem»[4]. 9E interrogou-o: «Qual é o teu nome?». Ele disse-lhe: «O meu nome é Legião, porque somos muitos»[5]. 10E suplicava-lhe com insistência que não os enviasse para fora da região. 11Ora, estava ali junto ao monte uma grande vara de porcos a pastar, 12e suplicaram-lhe, dizendo: «Manda-nos para os porcos, para que entremos neles».13Ele permitiu-lhes. E, ao saírem, os espíritos impuros entraram nos porcos, e a vara lançou-se pelo precipício para o mar. Eram cerca de dois mil e afogaram-se no mar. 14Os que os apascentavam fugiram e foram anunciá-lo para a cidade e para os campos; e vieram para ver o que tinha acontecido.15Foram ter com Jesus e viram o endemoniado sentado, vestido e de perfeito juízo, o mesmo que tivera a Legião, e ficaram com medo.16Os que tinham visto explicaram-lhes como tinha aquilo acontecido ao endemoniado e o que se passara com os porcos. 17Começaram, então, a suplicar-lhe que se afastasse do seu território. 18E, quando Ele estava a subir para o barco, o que tinha sido endemoniado suplicava-lhe que o deixasse ficar com Ele. 19Não lho consentiu, mas disse-lhe: «Vai para a tua casa, para junto dos teus, e anuncia-lhes quanto o Senhor te fez e a misericórdia que teve para contigo». 20Então ele partiu e começou a proclamar na Decápole o quanto Jesus lhe fizera, e todos ficavam admirados.
Cura da mulher que sofria de hemorragias e ressurreição da filha de Jairo (Mt 9,18-26; Lc 8,40-56) – 21Depois de Jesus ter atravessado no barco de novo para a outra margem, reuniu-se junto dele uma numerosa multidão. Ele estava junto ao mar. 22Veio, então, um dos chefes da sinagoga, de nome Jairo. Ao vê-lo, caiu a seus pés 23e suplicou-lhe com insistência, dizendo: «A minha filhinha está a morrer! Vem impor-lhe as mãos, para que seja salva e viva». 24Foi, então, com ele, seguido por uma numerosa multidão, que o apertava.
25Entretanto, uma mulher, que tinha um fluxo de sangue havia doze anos[6] 26e que muito padecera nas mãos de muitos médicos, tendo gasto tudo o que tinha sem qualquer proveito – pelo contrário, piorava cada vez mais –, ao ouvir falar de Jesus, veio por trás, entre a multidão, e tocou na sua veste, 28pois dizia: «Se tocar nas suas vestes, ficarei salva». 29E imediatamente se lhe estancou o fluxo de sangue e percebeu no corpo que estava curada do tormento. 30Jesus, ao ter-se imediatamente apercebido do poder que dele saíra, voltando-se para a multidão, dizia: «Quem tocou nas minhas vestes?». 31Diziam-lhe os seus discípulos: «Vês a multidão que te aperta e perguntas: "Quem me tocou?"». 32Mas Ele olhava em redor, para ver aquela que o tinha feito. 33A mulher, com medo e a tremer, sabendo o que lhe tinha acontecido, veio, caiu diante dele e disse-lhe toda a verdade. 34Ele disse-lhe: «Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e fica curada do teu tormento».
35Ainda Ele falava, vieram da casa do chefe da sinagoga, dizendo: «A tua filha morreu. Porque incomodas ainda o Mestre?». 36Mas Jesus, ao escutar o que diziam, disse ao chefe da sinagoga: «Não tenhas medo! Acredita[7] apenas». 37E não deixou que ninguém o acompanhasse[8], a não ser Pedro, Tiago e João, o irmão de Tiago[9]. 38Ao chegarem à casa do chefe da sinagoga, viu um alvoroço, com gente[10] que chorava e soltava muitos gritos de dor. 39Ao entrar, disse-lhes: «Porque estais alvoroçados e chorais? A criança não morreu, mas está a dormir». 40Riam-se dele. Mas Ele, depois de expulsar todos, tomou consigo o pai e a mãe da criança e os que estavam com Ele e entrou no local onde se encontrava a criança. 41Agarrando a mão da criança, disse-lhe: «Talitha kum», que significa: «Menina, Eu te digo: levanta-te». 42A menina levantou-se imediatamente e começou a andar, pois tinha doze anos. E eles ficaram espantados[11], com grande assombro. 43Admoestou-os, então, com insistência, para que ninguém tivesse conhecimento disto, e disse para lhe darem de comer.
- ↑ No território da Decápole, considerado pagão. A cidade fica a 154 quilómetros a sudeste do lago, o que é estranho, tendo em conta que o v. 13 implica proximidade. Alguns defendem, por isso, que Gérasa se refere a todo o território da Decápole.
- ↑ Lit.: em espírito impuro (cf. 1,23 nota).
- ↑ Cf. 1,24 nota.
- ↑ A afirmação do homem em vez deste homem parece querer sublinhar a missão de Jesus em relação ao ser humano em geral: libertá-lo do poder do Mal (cf. 1,17 nota).
- ↑ Legião é um termo latino que corresponde a uma unidade militar de aproximadamente 6000 soldados de infantaria e 120 cavaleiros (quando completa). No NT nunca se refere a homens, mas a um grupo de demónios (Mc 5,9.15par.) ou de anjos (Mt 26,53).
- ↑ Segundo Lv 15,19-33, a menstruação torna a mulher impura. Para alguns, o fluxo seria desta natureza; sendo contínuo, agravava a sua situação de impureza. Isto explicaria o medo da mulher pela reação de Jesus (estando impura não podia tocar em ninguém).
- ↑ A forma verbal no imperativo presente significa dar continuidade a uma ação que vem de trás: o chefe da sinagoga já acreditava, mas Jesus pede-lhe que continue a acreditar, apesar de humanamente parecer que nada há a fazer.
- ↑ Lit.: o acompanhasse com Ele.
- ↑ São o grupo mais íntimo de Jesus, que testemunha a transfiguração (9,2) e o sofrimento no Horto (14,33).
- ↑ Gente é acrescento da tradução.
- ↑ Lit.: E eles ficaram imediatamente espantados (imediatamente falta em vários mss.).
Capítulos
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