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From Biblia: Os Quatro Evangelhos e os Salmos
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A tempestade acalmada (Mt 8,18.23-27; Lc 8,22-25) – 35E disse-lhes, naquele dia, ao cair da tarde: «Atravessemos para a outra margem». 36E, deixando a multidão, levaram-no no barco tal como estava<ref name="ftn57">A conjunção pode ser traduzida por ''como'' ou ''quando'' (''estava no barco''). Tendo em conta o contexto (4,1) e o uso prevalente que Mc faz dela, preferimos a tradução apresentada: ''tal como estava'' referir-se-á à posição de ''sentado'' (4,1) com o significado magistral e governativo que o verbo evoca.</ref>. Havia outros barcos com ele<ref name="ftn58">A forma do pronome grego usada é igual para o masculino e para o neutro, pelo que alguns autores preferem referi-lo a Jesus (''com Ele''). Mas o substantivo mais próximo é ''barco'' pelo que tem mais sentido que se refira a este. Por outro lado, teologicamente é mais significativo: embora haja vários barcos, é um só ''o'' barco onde Jesus se encontra (por isso não mais se fará referência aos outros).</ref>. 37Surgiu, então, uma grande tempestade de vento, e as ondas arremessavam-se contra o barco, de tal modo que o barco já se estava a encher de água. 38Ele'' ''estava na popa a dormir, com a cabeça sobre a almofada. Acordaram-no, então, e disseram-lhe: «Mestre, não te importa que morramos?». 39E Ele, levantando-se, repreendeu severamente o vento e disse ao mar: «Cala-te! Fica quieto». O vento amainou e fez-se grande bonança. 40Depois disse-lhes: «Porque estais assustados? Ainda não tendes fé?». 41Sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: «Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?».
 
A tempestade acalmada (Mt 8,18.23-27; Lc 8,22-25) – 35E disse-lhes, naquele dia, ao cair da tarde: «Atravessemos para a outra margem». 36E, deixando a multidão, levaram-no no barco tal como estava<ref name="ftn57">A conjunção pode ser traduzida por ''como'' ou ''quando'' (''estava no barco''). Tendo em conta o contexto (4,1) e o uso prevalente que Mc faz dela, preferimos a tradução apresentada: ''tal como estava'' referir-se-á à posição de ''sentado'' (4,1) com o significado magistral e governativo que o verbo evoca.</ref>. Havia outros barcos com ele<ref name="ftn58">A forma do pronome grego usada é igual para o masculino e para o neutro, pelo que alguns autores preferem referi-lo a Jesus (''com Ele''). Mas o substantivo mais próximo é ''barco'' pelo que tem mais sentido que se refira a este. Por outro lado, teologicamente é mais significativo: embora haja vários barcos, é um só ''o'' barco onde Jesus se encontra (por isso não mais se fará referência aos outros).</ref>. 37Surgiu, então, uma grande tempestade de vento, e as ondas arremessavam-se contra o barco, de tal modo que o barco já se estava a encher de água. 38Ele'' ''estava na popa a dormir, com a cabeça sobre a almofada. Acordaram-no, então, e disseram-lhe: «Mestre, não te importa que morramos?». 39E Ele, levantando-se, repreendeu severamente o vento e disse ao mar: «Cala-te! Fica quieto». O vento amainou e fez-se grande bonança. 40Depois disse-lhes: «Porque estais assustados? Ainda não tendes fé?». 41Sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: «Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?».
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Revision as of 12:16, 13 December 2019

Revelação em parábolas (4,1-34)


4 Parábola do semeador (Mt 13,1-9; Lc 8,4-8) – 1E de novo começou a ensinar junto ao mar. Reuniu-se junto dele uma tão grande multidão que Ele teve de entrar num barco e sentar-se, no mar. Toda a multidão estava em terra, junto ao mar. 2Ensinava-lhes muitas coisas em parábolas e dizia-lhes no seu ensinamento:

3«Ouvi! Eis que saiu o semeador a semear. 4E aconteceu que, ao semear, uma parte caiu junto ao caminho: vieram as aves e devoraram-na. 5Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra, e imediatamente germinou, por não ter profundidade de terra; 6mas, quando despontou o sol, queimou-se e, por não ter raiz, secou. 7Outra parte caiu entre os espinhos: os espinhos cresceram, sufocaram-na e não deu fruto. 8Outra parte caiu em terra boa e deu fruto: germinando e crescendo, produziu uma, trinta; outra, sessenta; e outra, cem». 9E dizia: «Quem tem ouvidos para ouvir, ouça».


Porque fala Jesus em parábolas (Mt 13,10-17; Lc 8,9s) – 10Quando ficou sozinho, os que estavam à sua volta com os Doze interrogavam-no acerca das parábolas. 11E dizia-lhes: «A vós foi dado o mistério do reino de Deus, mas àqueles que estão fora tudo acontece em parábolas,

12para que, olhando, olhem

e não vejam,

ouvindo, ouçam e não entendam,

não aconteça que voltem atrás

e lhes seja perdoado»[1].


Explicação da parábola (Mt 13,18-23; Lc 8,11-15) – 13E disse-lhes: «Não compreendeis esta parábola; como haveis de perceber todas as parábolas? 14O semeador semeia a palavra[2]. 15Os que estão junto ao caminho, onde a palavra é semeada, são aqueles que ouvem, mas imediatamente vem Satanás e arranca a palavra neles semeada. 16Os que foram semeados em terreno pedregoso são aqueles que, quando ouvem a palavra, a recebem imediatamente com alegria, 17mas, como não têm raiz em si mesmos, duram pouco[3]; ao surgir uma tribulação ou perseguição por causa da palavra, imediatamente caem por motivo de escândalo.18Outros são semeados entre os espinhos: estes são os que ouviram a palavra, 19mas as preocupações do mundo, a sedução da riqueza e os desejos acerca das restantes coisas, entrando neles, sufocam a palavra, e não produz fruto. 20E os que são semeados em boa terra são aqueles que ouvem a palavra, a acolhem e dão fruto: um, trinta; outro, sessenta; e outro, cem».


Parábolas da candeia e da medida (Lc 8,16-18) – 21E dizia-lhes: «Traz-se a candeia para ser colocada debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não será para ser colocada no candelabro? 22Pois nada há escondido que não se torne visível, nem nada aconteceu em secreto que não venha a ser visível. 23Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça».

24Dizia-lhes ainda: «Tomai cuidado com o que ouvis! Com a medida com que medirdes sereis medidos e vos será acrescentado. 25Pois àquele que tem, ser-lhe-á dado; e àquele que não tem, até o que tem lhe será tirado».


Parábola da semente que cresce por si – 26E dizia: «Assim é o reino de Deus: como um homem que, tendo lançado a semente à terra, 27dorme e levanta-se, de noite e de dia, e a semente germina e cresce, sem ele saber como. 28A terra produz fruto por si mesma: primeiro erva, a seguir espiga e depois trigo abundante na espiga. 29E, quando o fruto está pronto, lança-se imediatamente a foice[4], porque chegou a ceifa».


Parábola do grão de mostarda (Mt 13,31s; Lc 13,18s) – 30E dizia: «Como havemos de comparar o reino de Deus ou em que parábola o podemos apresentar? 31É como um grão de mostarda que, quando é semeado na terra, é a mais pequena de todas as sementes que há sobre a terra; 32mas, quando é semeado, cresce e torna-se a maior de todas as plantas da horta e desenvolve grandes ramos, de tal modo que as aves do céu podem habitar debaixo da sua sombra».


Conclusão (Mt 13,34) – 33E, com muitas parábolas deste género, anunciava-lhes a palavra[5], conforme eram capazes de entender. 34Nada lhes dizia sem ser em parábolas, mas a sós tudo explicava aos seus discípulos.


Revelação em obras
O poder de Jesus sobre as forças do mal
(4,35-6,6)[6]


A tempestade acalmada (Mt 8,18.23-27; Lc 8,22-25) – 35E disse-lhes, naquele dia, ao cair da tarde: «Atravessemos para a outra margem». 36E, deixando a multidão, levaram-no no barco tal como estava[7]. Havia outros barcos com ele[8]. 37Surgiu, então, uma grande tempestade de vento, e as ondas arremessavam-se contra o barco, de tal modo que o barco já se estava a encher de água. 38Ele estava na popa a dormir, com a cabeça sobre a almofada. Acordaram-no, então, e disseram-lhe: «Mestre, não te importa que morramos?». 39E Ele, levantando-se, repreendeu severamente o vento e disse ao mar: «Cala-te! Fica quieto». O vento amainou e fez-se grande bonança. 40Depois disse-lhes: «Porque estais assustados? Ainda não tendes fé?». 41Sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: «Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?».



  1. Is 6,9s. A citação apresenta a incredulidade dos ouvintes de Jesus como algo já profetizado.
  2. Presente durativo: o semeador semeia constantemente.
  3. Lit.: são para tempo oportuno, isto é, efémeros.
  4. Lit.: envia-se imediatamente a foice.
  5. Lit.: falava-lhes a palavra.
  6. Depois das parábolas, Jesus manifesta o seu poder sobre as forças do Maligno: sobre o mar onde elas habitam (4,35), os possessos (5,1-20), as doenças e a própria morte (5,21-43). Apenas a falta de fé é impedimento para que possa afastar do coração dos homens a força do Mal (6,1-6).
  7. A conjunção pode ser traduzida por como ou quando (estava no barco). Tendo em conta o contexto (4,1) e o uso prevalente que Mc faz dela, preferimos a tradução apresentada: tal como estava referir-se-á à posição de sentado (4,1) com o significado magistral e governativo que o verbo evoca.
  8. A forma do pronome grego usada é igual para o masculino e para o neutro, pelo que alguns autores preferem referi-lo a Jesus (com Ele). Mas o substantivo mais próximo é barco pelo que tem mais sentido que se refira a este. Por outro lado, teologicamente é mais significativo: embora haja vários barcos, é um só o barco onde Jesus se encontra (por isso não mais se fará referência aos outros).



Capítulos

Mc 1 Mc 2 Mc 3 Mc 4 Mc 5 Mc 6 Mc 7 Mc 8 Mc 9 Mc 10 Mc 11 Mc 12 Mc 13 Mc 14 Mc 15 Mc 16