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From Biblia: Os Quatro Evangelhos e os Salmos
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<span style="color:red">A multidão junto ao lago (Mt 4,23-25; 12,15s; Lc 6,17-19) – </span><span style="color:red"><sup>7</sup></span>Jesus retirou-se com os seus discípulos para junto do mar, e seguiu-o uma grande multidão da Galileia. Também da Judeia, <span style="color:red"><sup>8</sup></span>de Jerusalém, da Idumeia e de além Jordão, da região de Tiro e de Sídon, veio ter com Ele uma grande multidão, ao ouvir tudo o que fazia. <span style="color:red"><sup>9</sup></span>Disse, então, aos seus discípulos que lhe preparassem um pequeno barco, por causa da multidão, para que o não apertassem. <span style="color:red"><sup>10</sup></span>De facto, tinha curado muitos; por isso, todos os que tinham tormentos lançavam-se sobre Ele, para lhe tocar. <span style="color:red"><sup>11</sup></span>E os espíritos impuros, quando o viam, caíam diante dele e gritavam dizendo: «Tu és o Filho de Deus». <span style="color:red"><sup>12</sup></span>Mas Ele repreendia-os severamente para que não o dessem a conhecer<ref name="ftn39">Lit.: ''para que o não fizessem visível''.</ref>.  
 
<span style="color:red">A multidão junto ao lago (Mt 4,23-25; 12,15s; Lc 6,17-19) – </span><span style="color:red"><sup>7</sup></span>Jesus retirou-se com os seus discípulos para junto do mar, e seguiu-o uma grande multidão da Galileia. Também da Judeia, <span style="color:red"><sup>8</sup></span>de Jerusalém, da Idumeia e de além Jordão, da região de Tiro e de Sídon, veio ter com Ele uma grande multidão, ao ouvir tudo o que fazia. <span style="color:red"><sup>9</sup></span>Disse, então, aos seus discípulos que lhe preparassem um pequeno barco, por causa da multidão, para que o não apertassem. <span style="color:red"><sup>10</sup></span>De facto, tinha curado muitos; por isso, todos os que tinham tormentos lançavam-se sobre Ele, para lhe tocar. <span style="color:red"><sup>11</sup></span>E os espíritos impuros, quando o viam, caíam diante dele e gritavam dizendo: «Tu és o Filho de Deus». <span style="color:red"><sup>12</sup></span>Mas Ele repreendia-os severamente para que não o dessem a conhecer<ref name="ftn39">Lit.: ''para que o não fizessem visível''.</ref>.  

Latest revision as of 18:32, 23 December 2019

Cura ao sábado. Decisão de matar Jesus (Mt 12,9-14; Lc 6,6-11) – 1Entrou de novo na sinagoga, e estava lá um homem que tinha a mão paralisada[1]. 2Observavam-no para verem se o curaria ao sábado, a fim de poderem acusá-lo. 3Disse, então, ao homem que tinha a mão paralisada: «Levanta-te e vem para o meio»[2]. 4E disse-lhes: «É permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar uma vida ou matá-la?». Eles, porém, ficaram calados. 5Então, olhando-os com ira, entristecido pela dureza dos seus corações, disse ao homem: «Estende a mão». Ele estendeu-a, e a sua mão ficou recuperada.

6Os fariseus, ao sair dali, reuniram-se imediatamente com os herodianos em conselho contra Ele[3], a fim de o matar.


JESUS FORMA UMA NOVA FAMÍLIA
(3,7-35)

A multidão junto ao lago (Mt 4,23-25; 12,15s; Lc 6,17-19) – 7Jesus retirou-se com os seus discípulos para junto do mar, e seguiu-o uma grande multidão da Galileia. Também da Judeia, 8de Jerusalém, da Idumeia e de além Jordão, da região de Tiro e de Sídon, veio ter com Ele uma grande multidão, ao ouvir tudo o que fazia. 9Disse, então, aos seus discípulos que lhe preparassem um pequeno barco, por causa da multidão, para que o não apertassem. 10De facto, tinha curado muitos; por isso, todos os que tinham tormentos lançavam-se sobre Ele, para lhe tocar. 11E os espíritos impuros, quando o viam, caíam diante dele e gritavam dizendo: «Tu és o Filho de Deus». 12Mas Ele repreendia-os severamente para que não o dessem a conhecer[4].

Instituição dos Doze (Mt 10,1-4; Lc 6,12-16) – 13Subiu, então, para o monte e chamou a si aqueles que Ele queria, e foram ter com Ele[5]. 14Constituiu Doze, aos quais também chamou apóstolos[6], para estarem com Ele e para os enviar a proclamar 15e terem autoridade para expulsar os demónios[7]. 16Constituiu, pois, os Doze[8]: Simão, a quem pôs o nome de Pedro;17Tiago, filho de Zebedeu, e João, o irmão de Tiago, aos quais pôs o nome Boanerges, que significa «filhos do trovão»; 18André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o Cananeu, 19e Judas Iscariotes, que o entregou[9].

20Foi, então, para casa, e a multidão juntou-se de novo, ao ponto de eles nem sequer pão poderem comer.


Reação dos familiares de Jesus – 21Tendo ouvido isto, os seus familiares[10] saíram para o agarrarem, pois diziam: «Está fora de si!».


Reação dos doutores da lei (Mt 12,24-29.31s; Lc 11,15-22; 12,10) – 22Os doutores da lei que tinham descido de Jerusalém diziam: «Ele tem Belzebu!»[11] e ainda: «É pelo chefe dos demónios que expulsa os demónios!». 23Mas Ele, chamando-os a si, dizia-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar Satanás? 24Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode subsistir! 25E se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir. 26Ora, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não pode subsistir; pelo contrário, chegou ao fim. 27Ninguém pode entrar na casa daquele que é forte e roubar os seus bens, se primeiro não amarrar aquele que é forte; e, então, roubar-lhe-á a casa[12]. 28Amen vos digo: tudo será perdoado aos filhos dos homens, os pecados e as blasfémias que tiverem proferido; 29mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo jamais terá perdão; é réu de pecado eterno». 30Porque diziam: «Tem um espírito impuro»[13].


A verdadeira família de Jesus (Mt 12,46-50; Lc 8,19-21) – 31Chegaram, então, a sua mãe e os seus irmãos e, permanecendo fora, mandaram chamá-lo. 32A multidão estava sentada em volta dele. E disseram-lhe: «Eis que a tua mãe, os teus irmãos e as tuas irmãs[14] estão lá fora à tua procura». 33Mas Ele, em resposta, disse-lhes: «Quem é a minha mãe e os meus irmãos?». 34E, olhando em redor para os que estavam sentados em círculo à sua volta, disse: «Eis a minha mãe e os meus irmãos! 35Pois aquele que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe»[15].



  1. Lit.: a mão ressequida.
  2. Lit.: levanta-te para o meio.
  3. Lit.: deram um conselho com os herodianos contra Ele (talvez um latinismo: consilium dederunt). Os herodianos eram, muito provavelmente, um pequeno mas influente grupo, que defendia e sustentava politicamente Herodes.
  4. Lit.: para que o não fizessem visível.
  5. Lit.: partiram para Ele, o que implica deixar para trás a situação vivida até então.
  6. Alguns mss. não apresentam aos quais também chamou apóstolos. A afirmação pretende sublinhar a identidade de os Doze com o grupo apostólico. Doze era o número das tribos que constituíam o povo de Israel; ao escolher doze, Jesus indica que um novo povo eleito surgirá, o povo escatológico.
  7. As finalidades do chamamento têm uma ordem precisa: só depois de estar com Jesus se pode proclamar o evangelho, cuja força expulsa do coração do homem a presença do Maligno. Corresponde à missão de Jesus.
  8. Alguns mss. não apresentam constituiu, pois, os Doze.
  9. A importância de Simão no grupo é relevada por: encabeçar a lista; o seu nome aparecer separado do de André seu irmão; Jesus mudar-lhe o nome para Pedra, o que significa que lhe entrega uma missão especial (Mt 16,18). Pedro aparece sempre como porta-voz dos discípulos (8,29.32; 9,5; 10,28; 11,21; 13,3). A Pedro juntam-se as outras duas colunas da Igreja de Jerusalém, Tiago e João (Gl 2,9), que têm o epíteto de filhos do trovão (talvez pelo seu temperamento impetuoso: cf. Lc 9,52-55). São eles que dão início ao grupo dos discípulos, estão com Jesus desde o início (1,16-20) e acompanham-no nos momentos particularmente importantes (5,37; 9,2-20; 14,33-42). Todos os outros nomes não serão mais referidos, exceto André (13,3). O relato termina com timbre negativo, revelando que no grupo dos mais íntimos há um traidor que se unirá aos adversários de Jesus (3,6), o que não só cria uma grande tensão literária, como coloca o leitor, também ele discípulo, de sobreaviso quanto à forma como segue o Senhor. O verbo entregar também significa trair (paradídōmi).
  10. Familiares é acrescento da tradução.
  11. Belzebu, de Baal-Zebub (senhor das moscas) era o nome de uma divindade síria, que se tornou num dos nomes do chefe dos demónios (2Rs 1,2; Mt 10,25; Lc 11,13).
  12. Lit.: na casa do forte... amarrar o forte. No contexto, o forte poderá referir-se a Satanás. Jesus é mais forte (1,7) e pode retirar do poder de Satanás todos aqueles que estão em sua casa (sob o seu domínio). À casa de Satanás contrapõe-se a casa de Jesus e dos seus discípulos (cf. 1,29 nota).
  13. A ação de Jesus é impelida pelo Espírito Santo (1,10-12), por isso blasfemar contra Ele é fazê-lo contra o Espírito Santo. A acusação dos doutores da lei é grave: feitiçaria (cuja pena era a morte).
  14. Alguns mss. omitem e as tuas irmãs.
  15. À volta de Jesus vai-se constituindo uma nova família, marcada não pelos laços de sangue, mas por acreditar em Jesus e aceitar a sua pregação: a família escatológica (10,30).



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