Sl 91

From Biblia: Os Quatro Evangelhos e os Salmos
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91(90) Deus, refúgio e proteção

 

1 Aquele que habita sob a proteção do Altíssimo[1]

e se acolhe à sombra do Omnipotente,

2 esse poderá exclamar: «Ó Senhor,

Tu és o meu refúgio e minha cidadela;
és o meu Deus, em quem confio!»[2].


3 É Ele que te há de livrar da armadilha

e proteger-te da peste[3] maligna.

4 Ele te cobrirá com as suas penas;

debaixo das suas asas terás refúgio;::a sua fidelidade é escudo e couraça.

5 Não temerás o terror da noite,

nem a seta que voa de dia.

6 Não temerás a peste que alastra nas trevas,

nem o flagelo que devasta em pleno dia[4].

7 Podem cair mil à tua esquerda

e dez mil à tua direita,
que a ti não te atingirá.

8 Basta abrires os olhos

e verás a paga dos malfeitores.

9 Pois tu disseste: «O Senhor é meu refúgio»

e fizeste do Altíssimo o teu abrigo.

10 Nenhuma desgraça se aproximará de ti,

nenhuma epidemia chegará à tua tenda.

11 Por ti, Ele deu ordens aos seus anjos,

para te guardarem em todos os teus caminhos[5].

12 Eles hão de transportar-te na palma das mãos,

para que o teu pé não tropece em nenhuma pedra.

13 Poderás caminhar sobre serpentes e víboras,

calcar aos pés leões e dragões.


14 «Porque se entregou a mim, Eu o libertarei;

defendê-lo-ei, porque conhece o meu nome[6].

15 Ele invoca-me e Eu respondo-lhe,

estarei com ele na tribulação,
para o livrar e cobrir de honra.

16 Hei de saciá-lo com longos dias de vida

e farei com que veja a minha salvação».



  1. Este é um salmo de modelo sapiencial, com o qual se propõe uma meditação sobre o que pressupõe e significa a confiança em Deus. O modelo de vida sobre o qual incide esta meditação é o de alguém que vive acolhido no templo (vv. 1-2). Alguém que tem por missão propor as verdades da sabedoria, segundo a relação mestre-discípulo, dirige-se a ele na segunda pessoa, pormenorizando o que significa encontrar-se sob proteção de Deus (vv. 3-13). No final, há uma espécie de oráculo em que Deus confirma e acentua o pensamento que o mestre de sabedoria tinha exposto (vv. 14-16). O destinatário desta lição de sabedoria é literariamente uma pessoa singular, mas o espírito que se incute projeta-se sobre a experiência da nação inteira.
  2. A estrofe constituída pelos dois primeiros vv. junta quatro maneiras de designar a Deus: Altíssimo (‘elyon), Omnipotente (’el-chadday), Senhor (yahweh) e Deus (’elohim).
  3. As consoantes do hebraico que os massoretas vocalizaram para significar flagelo ou peste podem igualmente ser vocalizadas como dabar, significando palavra ou coisa. E assim foi entendida por algumas traduções antigas, bem como por outras modernas.
  4. Os termos da expressão flagelo que devasta ganharam na tradição hebraica conotações demoníacas. Por isso, algumas traduções antigas entendiam o demónio do meio dia.
  5. Os anjos são personagens superiores encarregadas de determinadas funções em nome de Deus. Aqui é a função de proteger os seres humanos.
  6. Conhecer o nome de Deus significa reconhecer e aceitar os seus atributos e a sua intervenção.



Salmos

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