Sl 28
28(27)Súplica e ação de graças
1 De David.
Por ti eu clamo, Senhor, meu rochedo[1].
- Não fiques surdo à minha voz.:
Pois, se ficasses calado a meu respeito,
- eu seria semelhante aos que descem à cova.
2 Escuta a voz das minhas súplicas,
- quando a ti grito por socorro;
quando ergo as minhas mãos[2]
- para o interior do teu santuário.
3 Não me arrastes com os malfeitores
- e com os que praticam a iniquidade.
Eles falam de paz com os seus semelhantes,
- mas no seu coração têm maldade.
4 Retribui-lhes segundo os seus atos
- e segundo a maldade dos seus crimes.
Retribui-lhes segundo a obra das suas mãos;
- trata-os como eles trataram os outros.
5 Eles não fazem caso das ações do Senhor,
- nem da obra das suas mãos.
- Ele os destruirá e não os há de restabelecer[3].
6 Bendito seja o Senhor,
- que escutou o grito das minhas súplicas.
7 O Senhor é a minha força e o meu escudo;
- nele confiou o meu coração.
Ele socorreu-me[4]: o meu coração exulta.
- Por isso, quero louvá-lo com os meus cânticos.
8 O Senhor é a força do seu povo,
- é fortaleza de salvação para o seu ungido.
9 Salva o teu povo e abençoa a tua herança;
- apascenta-o e guia-o para sempre.
- ↑ Este salmo individual de súplica coloca em contraste a situação do orante que solicita atenção e proteção da parte de Deus e a dos pecadores, cujo castigo se pede em contrapartida. Esta parte parece que suscita mesmo mais interesse do que a súplica inicial em causa própria. A intenção de meditação profético-sapiencial condiz ainda com a conclusão da secção final que liga esta meditação à totalidade do povo governado e presidido pelo rei ungido. A intenção não se ficava, por conseguinte, pelo simples caso individual; alargava-se ao sentido e aos valores de toda a comunidade, e é esta representatividade para o coletivo que torna significativas as situações individuais.
- ↑ Na tradição litúrgica da Mesopotâmia, com a qual os hebreus partilhavam muitos aspetos culturais e religiosos, havia uma categoria de orações designadas de “elevação das mãos”.
- ↑ Na experiência dos habitantes da Palestina, sofrer destruição era uma realidade bem conhecida, porque as guerras assolavam com frequência aquela região situada entre potências demasiado ambiciosas. A verdadeira desgraça ou castigo consistiria em ser destruído e não chegar a ser reconstruído (cf. Jr 1,10; 24,6; 31,28; Sl 52,7).
- ↑ Lit.: Fui socorrido.
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